Petrobras já cancelou a renovação de quatro contratos de sondas

Envolvida com a divulgação de seu balanço auditado e ainda sem um plano de negócios revisado, a Petrobras não está renovando contratos de afretamento de sondas cujas renovações vinham sendo negociadas desde o ano passado pela petroleira. Ao menos quatro embarcações, das empresas Seadrill, Pacific Drilling e Diamond Offshore, já foram dispensadas pela estatal brasileira este mês.

A norueguesa Seadrill já havia anunciado o encerramento dos contratos das sondas West Taurus e West Eminence, que vencem este mês e julho, respectivamente. Esta semana, foi a vez da Pacific e Diamond comunicarem cancelamentos de renovações com a Petrobras.

A Diamond Offshore informou oficialmente ontem, ao mercado, que a estatal brasileira não pretende continuar a usar a sonda Ocean Baroness, cujo contrato se encerra em setembro deste ano. As empresas vinham negociando uma extensão do acordo em mais três anos.

Já a Pacific Drilling informou que a Petrobras não renovará o contrato de afretamento da embarcação Pacific Mistral. A fornecedora também vinha desde 2014 negociando com a estatal brasileira, por mais três anos, a renovação do contrato que venceu no último dia 6 de fevereiro.

Segundo uma fonte do mercado de sondas, ouvida pelo Valor, a decisão da Petrobras de cancelar a renovação de alguns contratos se deve à indefinição sobre seu novo plano de negócios. Sem uma curva de produção definida, a petroleira ainda tenta dimensionar sua real demanda por unidades de perfuração.

A mesma fonte afirmou que a estatal pode se valer da capacidade ociosa e da queda dos preços no mercado de sondas para negociar, futuramente, contratos mais competitivos.

O próprio presidente da Pacific Drilling, Chris Beckett, acredita que o momento da Petrobras é de se reestruturar internamente, mas que a estatal brasileira deve voltar ao mercado em até 18 meses, para contratar novas sondas de perfuração.

“Nossa visão é que, a médio prazo, entre 12 e 18 meses, a Petrobras volte ao mercado. A Petrobras ainda tem planos bastante ousados para aumentar a sua produção, eles vão precisar de sondas”, afirmou Beckett, durante teleconferência com investidores esta semana.

Fonte: Valor Econômico/André Ramalho e Camila Maia | Do Rio e de São Paulo