Eventos climáticos em fevereiro e os impactos no setor de navegação e portuário

Eventos climáticos em fevereiro e os impactos no setor de navegação e portuário

Os portos são impactados pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), fluxo de umidade advindo da região amazônica que cobre uma grande extensão do país, e as altas e baixas pressões que se deslocam pelo oceano afetando grande extensão do litoral brasileiro. Estes fenômenos atuando conjunto ao terceiro ano consecutivo de Lã Niña mais o calor do verão favorecem a formação de tempestades, vendavais e descargas elétricas.

As frequentes chuvas intensas e o alto índice pluviométrico preocupam, pois os riscos com carga, descarga e transferência de contêineres e granéis crescem muito nessas épocas, ano passado a Defesa Civil de Santos registrou enchentes e pontos de alagamento espalhados pela cidade.

Os temporais ocorridos em fevereiro de 2022 afetaram a cabotagem e todo modal marítimo, ondas altas e agitação excessiva do mar, atrasam o fluxo náutico, aumentando a vulnerabilidade das atividades portuárias do Brasil.

Muitos retrabalhos e manutenções extras são necessários devido a eventos críticos, uma previsão acertada e alertas podem prevenir acidentes graves e tornar as operações mais eficientes. De acordo com a Defesa Civil do Estado, Santos e toda faixa costeira paulista estavam em situação de atenção, comunicados de precaução e conduta especial diante do cenário apresentado foram efetuados, com intenção de reforçar o monitoramento das tarefas de rotina.

As péssimas condições para uma logística mais otimizada perturbam o setor portuário, a segurança e o bom funcionamento são requisitos para um empreendimento rentável e sustentável. As Ventanias causam destruição e perda de tempo nas atividades diárias, um planejamento específico com projeções adequadas são essenciais para otimizar os trabalhos em campo aberto e evitar incidentes, com propósito de gerar economia de recursos para o investidor.

A Defesa Civil emitiu informativo para região Sudeste, que foi muito castigada por tempestades e raios em fevereiro de 2022, além da queima de equipamentos e maior dificuldade para manusear ferramentas pesadas, existe a possibilidades de perigo ao colaborador por conta desses fenômenos climáticos. Previsões e avisos meteorológicos de perigo (laranja) foram divulgados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Impactos e expectativas da privatização e concessão dos portos nacionais

A infraestrutura é um dos motivos pelo qual o país perde competitividade diante do comércio global, a ponto de encarecer produtos e serviços para o consumidor brasileiro. Um dos meios de reduzir tais complicações foi a privatização e concessão de portos, que atualizaram o sistema de gestão e proporcionaram maior eficiência na logística.

O economista Fabio Ono, que foi subsecretário de planejamento da infraestrutura no Ministério da Economia, no momento é diretor associado da Macroplan e líder em infraestrutura e projetos de investimento, comenta sobre o cenário:

“Uma das principais finalidades de ativos de infraestrutura, e com portos não é diferente, é oferecer serviços logísticos de qualidade, reduzindo custos operacionais e contribuindo para a competitividade das empresas instaladas no país. A questão central não é conceder ou privatizar portos, mas como atingir esses objetivos estratégicos, descritos inclusive no Plano Nacional de Logística.”

“Segundo estudo realizado pelo Ministério da Economia, ineficiências e altos custos logísticos absorvem cerca de 13% do PIB brasileiro, nos Estados Unidos esse custo representa de 6 a 7% do PIB e isto impacta a competitividade do Brasil, implicando no Custo Brasil. Apenas em 2022, foram autorizados pelo governo federal R $24,3 bilhões em investimentos em TUPs, um valor 96% superior ao ano anterior.”

“De acordo com o Índice de Competitividade de 2019 do Fórum Econômico Mundial, o Brasil está em 71º (de 141) na classificação geral, mas em 78º no pilar infraestrutura e, dentre os indicadores que compõem este pilar, em 48º em “conectividade do transporte marítimo” e 104º em “eficiência dos serviços portuários”. Importante frisar que tem havido melhorias.”

Emissões de títulos do setor portuário somaram R$ 1,6 bilhão em 2022

Em 2 anos o balanço ministerial registrou processos de projetos de 8 empresas que atuam no ramo. Nos últimos 10 anos, a pasta emitiu 29 autorizações para área de portos, sendo que 21 desses contratos foram realizados.

Os três portos baianos atingem juntos mais de 10 milhões de toneladas e recebem quase mil navios cargueiros

A Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) finalizou o ano com grande superação e satisfação, precisamente 10.736.730 toneladas de carga circularam nos três terminais administrados pela corporação (Aratu-Candeias, Salvador e Ilhéus), deslocadas por 973 navios. Segundo a Autoridade Portuária, o aumento de 67,36% do fluxo de cargas gerais foi determinante para alcançar o recorde.

Trabalhador portuário santista inventa dispositivo que facilita o manejo de containers nos caminhões

A ferramenta manual em forma de chave, denominada Chave-Lock (Universal), simplifica o destravamento dos contêineres  da carroceria dos caminhões, serviço trabalhoso e exaustivo para os motoristas. O dispositivo tem como objetivo agilizar o serviço dos caminhoneiros, diminuir o esforço físico e danos à saúde, economizar tempo no engate e processo de travamento dos contêineres.

Fonte: Agência Enterprise