Dia da Marinha tem celebração suspensa em todo o País

Dia da Marinha tem celebração suspensa em todo o País

Na história recente do Brasil, apenas uma vez a Força Naval deixou de celebrar o Dia da Marinha e os heróis nacionais que lutaram para garantir a vitória na Batalha Naval do Riachuelo: durante a pandemia que ceifou a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, em 2020. Este ano, a Instituição, mais uma vez, adia a celebração da data mais importante de seu calendário.

O País enfrenta, hoje, outra batalha e a Marinha está ao lado dos brasileiros para vencê-la. Com 90% do estado do Rio Grande do Sul atingido pelas consequências de fortes chuvas desde o final de abril, os militares se colocaram, mais uma vez, na zona de combate para defender a população. Todo o contingente sediado na região foi mobilizado e efetivos de outros estados foram convocados para reforçar as ações, com o agravamento da situação. Dois mil militares e 130 meios da Marinha foram direcionados para o local, entre embarcações, helicópteros e viaturas. Já são mais de 2 mil pessoas resgatadas e mais de 400 toneladas de suprimentos transportados.

O cenário é comparável ao de uma guerra para cerca de 460 municípios devastados pelas enchentes. Os civis e militares dedicados inteiramente a salvar o máximo de vidas e aliviar o sofrimento no território gaúcho atuam imbuídos dos mesmos valores dos heróis do passado, que não esmoreceram mesmo diante de circunstâncias tão desafiadoras.

Em mensagem transmitida, no último dia 17 de maio, para toda a Força Naval, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, determinou que fossem canceladas exposições, visitações públicas a navios, apresentações de bandas de música,  confraternizações, competições, entre outros eventos que normalmente são realizados, todos os anos, nas celebrações do Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, Dia da Marinha.

Na mesma determinação, o Comandante da Marinha também suspende a veiculação da campanha publicitária institucional do Dia da Marinha, outra tradicional ação que a Força realiza anualmente.

O vídeo da campanha, que estava em produção com captação de imagens em diversos navios da Marinha e que tinha previsão de veiculação até em TV aberta, será substituído por um vídeo simples e sóbrio que será divulgado apenas em canais da própria Força. Com narração de uma marinheira gaúcha, o novo vídeo comunica que não haverá celebrações e reproduz a célebre mensagem transmitida pelo Almirante Barroso aos seus comandados na Batalha Naval do Riachuelo, que se encaixa perfeitamente para os desafios que a Nação enfrenta atualmente: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”. O lema da Marinha também foi alterado para “Marinha do Brasil.

Batalha Naval do Riachuelo
Há 159 anos, a Marinha do Brasil (MB) liderava a primeira e mais decisiva vitória do País sobre as forças inimigas que tentavam usurpar seu território, na maior guerra que a América do Sul já testemunhou. Centenas de brasileiros sacrificaram suas vidas naquele grave episódio do dia 11 de junho de 1865, que ficou conhecido como Batalha Naval do Riachuelo, quando a então Armada Imperial brasileira anulou a ameaça da Marinha paraguaia, garantindo, para os aliados da Tríplice Aliança, o controle da navegação na Bacia do Prata, essencial ao sucesso dos combates em terra. Em homenagem aos inúmeros heróis de Riachuelo, a Força Naval adota a data como o dia da própria Instituição.

Eram muitas as desvantagens da MB sobre os adversários na campanha fluvial na Bacia do Prata, em 1865. Os navios nacionais, a maioria de grande calado (parte do casco que fica submersa) ideal para a navegação oceânica, precisavam interromper o apoio logístico inimigo nos rios Paraná e Paraguai. Diferentemente do alto-mar, os corpos d’água são estreitos e têm pouca profundidade, o que aumentava os riscos de encalhe e de danos aos cascos das embarcações, além de as tornarem alvos fáceis para os canhões às margens dos rios. Vencer sob tais condições exigiu uma incomum determinação e coragem dos Marinheiros e Fuzileiros Navais brasileiros.

Fonte: Marinha do Brasil