Presidente da Transpetro pede demissão após fase da Lava Jato envolvendo a empresa

Presidente da Transpetro pede demissão após fase da Lava Jato envolvendo a empresa

Cristiane Marsillac alega motivos pessoais para deixar o cargo. Novo presidente será Gustavo Santos Raposo

A presidente da Transpetro, Cristiane Marsillac, pediu demissão nesta sexta-feira (21), informa a assessoria da Petrobras. Ela também deixa o cargo de conselheira da empresa, alegando motivos pessoais para a saída.

O novo presidente da subsidiária da Petrobras será o atual diretor financeiro da empresa, Gustavo Santos Raposo.

“O Conselho de Administração da Transpetro, subsidiária da Petrobras, recebeu carta de renúncia de Cristiane Elia de Marsillac ao cargo de Presidente e de Conselheira da companhia, por questões pessoais”, diz nota da Transpetro.

“A Petrobras e o Conselho de Administração da Transpetro agradecem toda dedicação de Cristiane Marsillac à frente da Transpetro, tendo realizado importantes avanços e reestruturações dentro da companhia.”

Lava Jato

A Transpetro está no centro da 72ª Fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (19). Os empresários Germán Efromovich e José Efromovich foram presos em São Paulo, investigados por suposto envolvimento em um esquema de corrupção que envolve contratos da Estaleiro Ilha S/A (Eisa) – uma das empresas do conglomerado da família Efromovich – com a Transpetro.

De acordo com os procuradores, os empresários pagaram cerca de R$ 40 milhões em propina a Sérgio Machado, então presidente da Transpetro, entre 2009 e 2013. Machado tem acordo de colaboração premiada com o MPF.

De acordo com o Ministério Público Federal, a Transpetro contratou o estaleiro dos irmãos Efromovich para a construção de quatro navios no valor de R$ 857 milhões, contrariando o relatório de uma consultoria que apontava que a Eisa não tinha capacidade para atender o contrato.

Apenas um dos navios foi entregue à Transpetro, segundo as investigações. O relatório final de uma Comissão Interna de Apuração (CIA) da Transpetro apontou que essa embarcação precisou de reparos de R$ 2,5 milhões após a conclusão.

Em contrapartida, de acordo com o MPF, os irmãos pagaram propina ao então presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Ainda segundo o MPF, uma apuração interna da empresa indicou que a atuação dos executivos do estaleiro Eisa junto a Sérgio Machado causou prejuízos de mais de R$ 611 milhões à Transpetro.

Fonte: G1 / Foto: divulgação Transpetro