Plano de negócios não garante refinaria Premium II, no Ceará

Plano de negócios não garante refinaria Premium II, no Ceará

Início das atividades na Refinaria passou de 2017 para 2019

O lançamento das licitações para a refinaria Premium II, no Ceará, continua programado para abril, mas a Petrobras não vê a usina como um empreendimento o qual tenha a obrigação de concretizar. Ontem, durante apresentação do Plano Estratégico 2030 e Plano de Negócios e Gestão 2014-2018, a presidente da Estatal, Graças Foster, afirmou que não irá contratar o projeto caso ele não atenda aos princípios de rentabilidade e às métricas internacionais.

Além disso, a previsão para o início da operação do empreendimento foi adiada pela estatal em dois anos. Segundo informou ontem a assessoria de comunicação da Petrobras, a expectativa para o começo das atividades passou de 2017 para 2019.

O novo Plano de Negócios da empresa mostrou um avanço no status das refinarias Premium, tanto a do Ceará quanto a do Maranhão, que saíram da carteira de projetos em análise para a carteira de projetos em processo de licitação, mas isso, informou a presidente, não garante que elas serão construídas. “Fizemos essa carteira de projetos em licitação, na qual estão incluídas as refinarias Premium I e II, mas, efetivamente, temos toda a liberdade e obrigação de somente realizá-las se tivermos condições para isso”, declarou Foster.

A presidente acrescentou: “podemos fazer ‘zero’ da carteira em licitação. Nossa premissa é concluir a carteira em implantação. Temos o que efetivamente não é compromisso assumido, que é o que ainda não tem obra”.

‘Caminho a seguir’

Ela explicou que, há dois anos, segurou os dois empreendimentos Premium na carteira de avaliação. Todavia, após submeter os projetos à revisão e terceirizar sua infraestrutura, a empresa chegou a um Valor Presente Líquido (VPL) positivo das usinas, o que justificou o avanço delas no plano. Mas estas, como disse, “ainda têm um caminho a seguir” até serem concretizadas.

Para isso, as usinas devem manter esse VLP positivo, atender aos princípios de rentabilidade da empresa e às métricas internacionais.

Foster esclareceu que a possível não continuidade de projetos que não garantam rentabilidade não se limita às refinarias, podendo se estender também para a área de Exploração e Produção (E&P). “Se não contratar as refinarias, não refina, se não refina, produz-se menos óleo. Não vamos produzir mais óleo a qualquer preço”, defende.

Custos não definidos

A Petrobras anunciou um investimento de US$ 220,6 bilhões para o período de 2014 a 2016. Deste total, 70% serão destinados para a área de Exploração e Produção. Já a área de Abastecimento, que inclui a construção das novas refinarias, terá 18% (US$ 38,7 bilhões) do bolo, participação que vem sendo reduzida nos últimos anos – no plano 2013-2017, eram 27%.

O volume financeiro destinado para a ampliação do parque de refino, incluindo tanto os projetos em implantação (Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o primeiro trem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj), quanto aqueles em processo de licitação (refinarias Premium no Ceará e Maranhão), é de US$ 16,8 bilhões.

Segundo Graça, até 2020 a produção de petróleo no país aumentará em 50%, para 2,9 milhões de barris. Até 2030, a produção atingirá 4 milhões de barris por dia, o dobro do patamar atual, somente nos reservatórios da empresa.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/Sérgio de Sousa