A Petrobras oferece uma lição épica sobre como desperdiçar uma maré de boa sorte. Em junho de 2008, a estatal navegava alto – não apenas pelas elevadas cotações do petróleo, mas também pelas grandes descobertas daquela década e pelo entusiasmo que prevalecia entre os investidores quanto às perspectivas do Brasil. O valor de mercado da empresa atingia níveis recordes em dólares, quase US$ 270 bilhões, e superava não apenas a gigante BP, mas também o valor combinado das petrolíferas ConocoPhillips, Occidental e Anadarko.

Hoje, as ações chegaram a registrar queda de quase 5%, em meio a notícias sobre a nova onda de prisões decorrentes do escândalo de corrupção na estatal e do adiamento da divulgação do balanço do terceiro trimestre – o que derrubou o valor de mercado da empresa a US$ 65 bilhões, apesar de as reservas comprovadas da Petrobras terem crescido quase 20% desde 2008.

Com isso, não apenas o valor de mercado da Petrobras hoje é inferior ao da BP como também está abaixo do da Occidental, uma petrolífera americana de segundo escalão. Com a perspectiva de longo prazo para os preços do petróleo em dúvida, as grandes reservas do pré-sal na costa brasileira dão cada vez menos suporte à Petrobras.

Fonte: Valor Econômico/Dow Jones Newswires