Petrobras vai retirar instalação ilegal do fundo do mar

Petrobras vai retirar instalação ilegal do fundo do mar

Estatal fecha acordo com Ministério Público para reparação por “almoxarifado submarino” que infringe determinações do Ibama

A Petrobrás e o Ministério Público Federal (MPF) firmaram um acordo para a retirada do “almoxarifado sumarino”, erguido na Bacia de Campo, entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, sem autorização do Ibama.

A instalação tem mais de 1,4 mil quilômetros de tubos usados na extração de petróleo, entre outras estruturas de ancoragem e exploração de petróleo. No total, chega a somar 460 quilômetros quadrados, o equivalente a uma capital como Florianópolis (SC) ou Porto Alegre (RS).

A petrolífera assinou um termo de ajuste de conduta (TAC) firmado com o MPF no dia 25 de março. No termo, a empresa se comprometeu a entregar, até maio de 2021, um “diagnóstico ambiental final e confirmação do inventário de estruturas submarinas com base em imagens de 100% das áreas”.

O início da retirada dos equipamentos do fundo do mar está marcado para junho de 2022. O trabalho deverá ser concluído em dezembro de 2027, segundo o acordo assinado.

Além disso, a Petrobras também deverá enviar, no prazo de 120 dias, R$ 20 milhões para o projeto Fundo Abrolhos Terra e Mar, Bahia e Espírito Santo, a fim de apoiar e proteger as unidades de conservação da natureza marinha da Bahia e do Espírito Santo. O ato é uma “medida compensatória pelo período de utilização das áreas de almoxarifados submarinos”.

Crime ambiental

“As áreas denominadas como ‘almoxarifados submarinos’ vêm sendo utilizadas pela Petrobrás para o armazenamento de equipamentos (ex.: linhas flexíveis, umbilicais, sistemas de ancoragem) sem o devido licenciamento ambiental”, afirma o Ibama.

As áreas que a Petrobrás batizou como “almoxarifado submarino” começaram a ser usadas em 1991. Parte da regulamentação do licenciamento ambiental para exploração e produção offshore foi criada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) em 1986, e uma resolução (237) ainda mais detalhada foi editada em 1997, também pelo Conama.

A estatal manteve suas atividades no espaço até 2016, quando o Ibama, que já buscava há anos um acordo sobre o assunto, determinou a paralisação total dos lançamentos no oceano. Devido a ausência de licenciamento para essas operações, o Ibama chegou a multar a Petrobras em R$ 2,5 milhões.

Fonte: Economia – iG