Analistas de Petrobras esperam forte queda no resultado da estatal no primeiro trimestre. A média das projeções de cinco bancos de investimento consultados pelo Valor aponta para um lucro líquido de R$ 2,72 bilhões, 49,5% menor que o dos três primeiros meses do ano passado. Estimam também uma redução média de 4,7% no faturamento da estatal, para R$ 77,73 bilhões, e um crescimento de 23% no Ebitda, para R$ 17,64 bilhões.

As casas de análise do Bradesco, Credit Suisse, Deutsche Bank, GBM e Goldman Sachs consideram que o desempenho financeiro da petroleira deve ser prejudicado pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional, de 50% no primeiro trimestre.

A média do resultado previsto é puxada para baixo pelas estimativas do Goldman Sachs, que reviu sua previsão de lucro de R$ 4,7 bilhões para prejuízo de R$ 2,008 bilhões. Sem as estimativas do Goldman, a média das previsões para o lucro trimestral seria de R$ 3,9 bilhões, ainda assim um resultado 27% menor que o registrado no primeiro trimestre de 2014.

Segundo o Bradesco, o resultado financeiro da Petrobras neste início de ano deve ser impactado negativamente pela queda de 7,3% nas vendas de derivados, ante o último trimestre do ano passado, e também por uma produção estagnada. O banco viu, por outro lado, efeitos positivos no aumento do volume de exportação de petróleo, de 25,9% frente ao quarto trimestre.

A alta do dólar deve gerar efeitos positivos para a área de exploração e produção e compensar parcialmente a queda do preço do petróleo no segmento. A produção da Petrobras deve ficar nos mesmos níveis do quarto trimestre de 2014, na média de 2,15 milhões de barris de óleo equivalente por dia. O Grupo Bursátil Mexicano (GBM) estima que o segmento vá registrar receitas de R$ 34,7 bilhões, 1,2% menores que as do trimestre anterior.

A Petrobras não foi a única atingida pela forte queda dos preços do petróleo no mercado internacional. Em um grupo de dez grandes companhias internacionais, apenas a Shell registrou melhora no resultado do primeiro trimestre na comparação anual. Todas as empresas, com exceção da ConocoPhillips, registraram queda de receita

Fonte: Valor Econômico/André Ramalho, Claudia Schüffner, Rodrigo Polito e Camila Maia | Do Rio