Petrobras investe bilhões em energia limpa e turbinas eólicas offshore chegam ao RN e RJ

Petrobras investe bilhões em energia limpa e turbinas eólicas offshore chegam ao RN e RJ

A Petrobras, em um movimento ambicioso em direção à sustentabilidade e à diversificação energética, planeja instalar duas turbinas eólicas offshore até 2029 para testar a geração de energia limpa na costa do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro. Essa iniciativa faz parte das estratégias de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da empresa, liderada pelo diretor executivo de transição energética, Maurício Tolmasquim.

Petrobras iniciou conversas com SPU para garantir o acesso às áreas necessárias

Segundo Tolmasquim, a Petrobras está se preparando para o futuro da energia limpa, investindo em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias eólicas offshore. Além das duas turbinas eólicas offshore de teste, a empresa já tem quatro projetos comerciais em análise para concorrer em futuros leilões de cessão de áreas para esse segmento.

A Petrobras já iniciou conversas com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para garantir o acesso às áreas necessárias para a instalação das turbinas eólicas offshore. A empresa agora está em processo de licenciamento ambiental de dez áreas no mar brasileiro com potencial para desenvolvimento futuro de projetos de energia eólica offshore, incluindo três no Estado do Rio Grande do Norte.

Os projetos comerciais em análise incluem o Costa Branca I (1,45 GW), Costa Branca II (2,10 GW) e Ginga (1,06 GW), com investimentos previstos de US$ 5,2 bilhões em eólica e solar até 2028.

Petrobras enfrenta desafios

Apesar do otimismo em relação ao potencial da energia eólica offshore, a Petrobras enfrenta desafios, incluindo questões de licenciamento ambiental, infraestrutura portuária e cadeia de suprimentos. No entanto, a empresa está determinada a superar esses obstáculos e liderar o caminho em direção a um futuro mais sustentável e limpo.

Com um total de 30 gigawatts (GW) de projetos de eólicas offshore em tramitação no Ibama, a Petrobras está posicionada para desempenhar um papel fundamental na transição energética do Brasil. Os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação demonstram o compromisso da empresa em impulsionar a adoção de fontes de energia renováveis e reduzir as emissões de carbono.

Desafios e perspectivas para a energia eólica offshore no Brasil

A energia eólica offshore, já estabelecida em diversas partes do mundo, desponta como uma promissora fonte de energia para o Brasil. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que essa modalidade de geração de energia poderia aumentar a capacidade total de produção do país em 3,6 vezes, alcançando 700 GW, o que impulsionaria a descarbonização da economia. No entanto, diversos desafios precisam ser superados para que o Brasil possa aproveitar plenamente o potencial dessa fonte de energia limpa.

A aprovação do marco regulatório específico para a energia eólica offshore é apontada como o primeiro passo fundamental. Esse marco proporcionaria segurança jurídica para os investimentos necessários e atrairia fabricantes interessados em expandir a capacidade de fornecimento local.

Regulamentação, critérios de seleção de áreas, incentivos financeiros e investimentos

O Ministério de Minas e Energia (MME) já iniciou a avaliação dos parâmetros para a seleção de áreas destinadas aos projetos de geração eólica offshore. Definir critérios claros para a escolha das áreas é essencial para dar previsibilidade aos investidores e mobilizar os atores envolvidos.

O Brasil necessita de investimentos significativos para desenvolver projetos de energia eólica offshore. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está trabalhando em frentes para auxiliar no financiamento do setor, mantendo diálogos com os desenvolvedores enquanto aguarda a aprovação do marco legal.

Cadeia de fornecedores e qualificação de mão de obra

É crucial que o país demonstre demanda por mão de obra e equipamentos para não ficar para trás na corrida pela aquisição dos componentes necessários. O Brasil já demonstrou expertise em integrar as cadeias de fornecimento, especialmente com o setor de petróleo e gás, e precisa aplicar essa experiência na energia eólica offshore.

Investimentos na formação de profissionais são fundamentais para atender às demandas do setor. Iniciativas como o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis do SENAI e os treinamentos oferecidos pelo Ibama visam preparar os profissionais para as exigências técnicas e ambientais desse novo cenário.

Apesar dos desafios, a energia eólica offshore representa uma grande oportunidade para o Brasil reduzir sua dependência de fontes de energia mais poluentes e contribuir para a transição energética global. Com a superação dos entraves identificados, o país poderá se posicionar como líder na produção desse tipo de energia e fortalecer sua matriz energética de forma sustentável.