Petrobras inicia venda de Pasadena nos EUA

Petrobras inicia venda de Pasadena nos EUA

A Petrobras anunciou a abertura do processo de venda da polêmica refinaria de Pasadena, alvo de investigações da Operação Lava Jato e de ação por danos ambientais nos Estados Unidos.

A operação faz parte do processo de venda de ativos da estatal, com o qual a estatal pretende arrecadar US$ 21 bilhões até o final deste ano. Para vender a unidade, a Petrobras contratou o banco Evercore, que terá a missão de encontrar interessados.

A refinaria foi comprada pela Petrobras em 2006, com o argumento de que a empresa precisava de um ponto de entrada no mercado norte-americano de combustíveis, mas terminou se transformando em uma das operações mais questionadas da companhia.

A Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade da empresa, quase oito vezes mais do que os US$ 42 milhões que a sócia havia desembolsado um ano antes para ter 100% do capital. Após disputa judicial com a Astra, a estatal acabou desembolsando US$ 1,2 bilhão para ficar com todas as ações.

A ex-sócia foi favorecida por cláusulas assinadas durante a aquisição, aprovadas pelo conselho de administração à época comandado pela então ministra Dilma Rousseff, que depois se revelaram prejudiciais à Petrobras.

Após análise abrangente, a PAI (Petrobras America Inc) identificou que a refinaria de Pasadena não se alinha com o foco estratégico da companhia, diz a estatal, no prospecto enviado ao mercado.

Com capacidade para processar 110 mil barris por dia, Pasadena é apontada como uma das unidades mais problemáticas do canal de Houston, região de grande concentração de refinarias e indústrias petroquímicas.

Em 2016, as organizações ambientalistas Sierra Club e Environment Texas foram à Justiça acusando a empresa de centenas de violações dos limites de emissões de poluentes no ar e no solo da região.

De acordo com a estatal, só poderão participar das negociações empresas ou fundos de investimentos com ativos de mais de US$ 500 milhões.

A localização estratégica da refinaria oferece acesso aos mercados da Costa Oeste, da Costa Leste dos EUA e do Golfo do México, com ativos de logística integrados que viabilizam tanto importações quanto exportações, diz a empresa.

Fonte: Folha SP