Ômicron: Número de internados por Covid-19 na rede pública do Rio dobra em 24 horas

Ômicron: Número de internados por Covid-19 na rede pública do Rio dobra em 24 horas

Em um intervalo de 24 horas o número de internados por Covid-19 na rede pública do Rio dobrou. Na noite desde domingo 61 pessoas estavam hospitalizadas com o diagnóstico da doença. Nesta segunda-feira, já são 129 internados em unidades do Sistema Único de Saúde da capital fluminense. Em uma semana, o aumento do número de internados foi de 437,5%.

Este é o maior número de hospitalizados desde o início de novembro, última vez que o indicador mostrou mais de 100 internados. Apesar do salto, a rede tem absorvido os casos que necessitam de hospitalizações sem problemas e o número leitos no SUS da capital para tratar a doença na cidade do Rio ainda é suficiente para atender a atual demanda. Nesta segunda-feira, 20 pessoas aguardam transferência para um hospital, mas o número de leitos disponíveis continua superior à demanda. Atualmente a taxa de ocupação geral dos leitos para Covid-19 está em 43% na cidade do Rio.

Dos internados atualmente na rede pública da cidade do Rio, 48 estão hospitalizados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Segundo a prefeitura do Rio, neste domingo, 11 pessoas sem nenhuma dose de vacina, e 2 com apenas uma dose, foram internadas na cidade com coronavírus.

Apesar de ver uma subida das internações por Covid-19 na cidade, a curva de crescimento das hospitalizações está longe de acompanhar a explosão de casos da doença na cidade, que já enfrenta o pior momento em relações ao número de infectados de toda a pandemia. Especialistas e autoridades creditam o não acompanhamento da curva de casos graves à campanha de vacinação contra a Covid-19.

Entre os hospitalizados atualmente há uma grande fatia que está internado por uma outra questão de saúde, mas acabou sendo diagnosticado para a Covid-19. Dos 129, 53 não ocupam um leito para a Covid-19. No hospital municipal Souza Aguiar, por exemplo há 15 pacientes internados em leitos cirúrgicos para ortopedia, neurocirurgia e cirurgia geral.

Há outras seis crianças e adolescentes internados em leitos pediátricos na rede pública. Segundo o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz os pacientes que já estavam hospitalizados são de casos leves da doença ou sem sintomas:

— Ainda estamos com a ocupação de leitos para Covid-19 baixa na cidade. Temos um plano de contingênciade reativação de leitos que será posto em prática, caso seja necessário. Ainda estamos avaliando todos os dados da vacinação, mas por enquanto as medidas implantadas continuam em vigor — afirma.

Esta é a quinta onda do coronavírus na cidade desde março de 2020 e coincide com a chegada da variante Ômicron. Estudos apontam que a nova cepa é mais transmissível, com sinais até que pode se espalhar mais rápido que o vírus do sarampo.

Explosão de casos

A última semana na cidade do Rio foi a com maior número de infectados por Covid-19 confirmados em toda a pandemia. Segundo os dados do painel da prefeitura, a média móvel de casos chegou a 3.117 diagnósticos na última quinta-feira, 6 de janeiro. Até então, o indicador nunca havia superado a marca de 2 mil casos diários, registrada em meados de agosto de 2021, quando o Rio enfrentava uma nova onda provocada pela variante Delta.

O dia 3 de janeiro de 2022 também se tornou o recordista de casos diários de toda a pandemia no Rio. Na primeira segunda-feira do ano foram confirmadas 4.914 pessoas com Covid-19. Até então, o recorde de casos em um único dia era de 3.600, em 28 de abril de 2020. Ou seja, o novo pico já é 36,5% maior que o anterior.

Os dados se referem ao total de pacientes que relataram ter começado a sentir os sintomas da infecção no dia 3. Mas esse número deve subir, já que outros casos atendidos nos dias seguintes ainda podem ser inseridos no sistema.