OGpar, antiga OGX, vai penhorar bloco na Bacia de Campos

A Óleo e Gás Participações (OGpar), antiga OGX, avançou nesta última sexta-feira, 7, em uma das etapas para liberação da primeira parcela, de US$ 125 milhões, do financiamento DIP (“debtor in possession). Os acionistas da companhia, em processo de recuperação judicial, aprovaram penhor da participação de 40% da OGpar no BS-4, na Bacia de Campos (Rio).

Essa fatia da empresa no bloco será dada como garantia do empréstimo-ponte de US$ 50 milhões, anunciado em janeiro, e do crédito DIP, operações fundamentais para manter o funcionamento da empresa.

Este último empréstimo totalizará US$ 215 milhões, dividido em duas séries. A primeira, de US$ 125 milhões, terá participação apenas dos credores internacionais que detêm a maior parte dos títulos da dívida emitidos pela petroleira no exterior, e a outra, de US$ 90 milhões, será aberta a todos os credores. De acordo com Paulo Narcélio, diretor-presidente da petroleira fundada por Eike Batista, o prazo para liberação das duas parcelas do financiamento DIP ainda não está fechado, mas a injeção da primeira parte está próxima. Inicialmente, a previsão era que sairia em fevereiro.

Uma das pendências é a negociação com os “bondholders” da plataforma OSX-3, em operação no campo de Tubarão Martelo, na bacia de Campos (Rio). A empresa tenta chegar a um acordo para baixar o valor do aluguel diário do equipamento. A avaliação é que o custo foi superdimensionado para o real tamanho do campo.

Segundo Narcélio, a negociação relativa à OSX-3 está sendo bem conduzida e “não implicaria em perdas para nenhuma das partes”. Já segunda parcela do financiamento pode ser liberada em abril, sob a condição do plano de recuperação judicial ter sido aprovado pelos credores.

Assembleia

O penhor, aprovado por maioria em Assembleia Geral Extraordinária hoje, é referente a todos direitos da empresa na fatia do BS-4. Entre os votos contrários, está o do Norges Bank. O bloco é desenvolvido pelo consórcio formado pela Queiroz Galvão Exploração e Produção (30%), Barra Energia (30%) e pela petroleira de Eike (40%).

André Figueiredo, um dos minoritários presentes na assembleia, questionou Narcélio quem são os subscritores dos empréstimos, que posteriormente ficarão com o controle da empresa. Os credores que participarem do DIP terão 65% da companhia após a reestruturação. “Isso é uma posição que muda com alguma frequência”, afirmou o diretor-presidente, acrescentando que no momento o controle da companhia ainda não está sendo alterado.

Fonte: Agência Estado