Guarita Navegação deve  atrasar entrega de navio em até 10 meses

Guarita Navegação deve atrasar entrega de navio em até 10 meses

Inicialmente prevista para ser concluída ainda em abril deste ano, a construção do novo navio empurrador e de uma barcaça, encomendados pela Navegação Guarita, deve atrasar em até 10 meses. A demora é uma decorrência da recuperação judicial que a empresa enfrentou no ano passado.

O diretor-executivo da Navegação Guarita, Werner Barreiro, argumenta que durante um processo como esse acontecem “alguns entraves”. O dirigente prefere não detalhar que obstáculos seriam esses, mas admite que prejudicaram a continuidade do empreendimento. No entanto, Barreiro salienta que a companhia chegou a um acordo com os bancos comerciais e houve a desistência da recuperação judicial. “A empresa encontra-se normal novamente, porque o plano de recuperação foi abortado em função do acordo”, reitera. Conforme o executivo, o fluxo de geração de caixa do grupo está, praticamente, casado com os desembolsos para cobrir os custos operacionais, impostos, funcionários e outros.

No momento, a Navegação Guarita trata a questão do atraso com os outros envolvidos (financiadores e estaleiro construtor – Intecnial) na tentativa de retomar o ritmo adequado. Barreiro enfatiza que a iniciativa não parou totalmente, contudo houve uma redução drástica na velocidade da obra. O novo empurrador é similar à embarcação Helio Sffair (fundador da companhia), que está operando desde junho de 2013, trazendo diesel S-10 (com menor teor de enxofre) de Rio Grande para a Região Metropolitana para abastecer a refinaria Alberto Pasqualini (Refap). O segundo navio, ainda sem nome, terá a mesma função.

Barreiro detalha que não existe o compromisso da Refap com a contratação do serviço. Porém, a perspectiva é de que a unidade da Petrobras utilize também o outro empurrador, tão logo fique pronto. O investimento nesse ativo é de aproximadamente R$ 26 milhões, e a capacidade de movimentação será de até 5 mil metros cúbicos de derivados de petróleo. O empurrador está sendo realizado em módulos, em Erechim, que são levados pelo modal rodoviário até um estaleiro em Taquari. Neste município, são edificados os blocos e, posteriormente, quando concluída, a embarcação será lançada na água. A barcaça está sendo construída em paralelo ao navio.

O diretor da Guarita acrescenta que a companhia, com o sistema envolvendo empurradores e barcaças, busca substituir as embarcações autopropulsadas de sua frota. Essa ideia visa a otimizar os recursos, diminuindo custos e investimentos. A solução funciona semelhante à combinação cavalo mecânico/carreta no modal rodoviário.

Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein