Marinha brasileira patrulha orla do Guaíba contra terrorismo

Marinha brasileira patrulha orla do Guaíba contra terrorismo

Estratégia conta com 400 militares apenas para vigilância da capital gaúcha

Que ninguém pense em atacar o Estádio Beira-Rio pela sua parte aparentemente mais vulnerável, a voltada para a margem do Guaíba. A Marinha do Brasil montou um esquema preventivo de patrulhamento que engloba três navios com armamento pesado, oito lanchas (com militares e suas armas leves), duas moto-aquáticas (jet-skis) e, ainda, vigilância nos céus feita por um helicóptero.

A estratégia de vigilância foi apresentada nesta quarta-feira à imprensa, que teve oportunidade de passear em duas lanchas e num dos navios, o rebocador de alto-mar Tritão. Todas as embarcações maiores vieram do porto de Rio Grande, especialmente para guarnecer Porto Alegre durante a Copa do Mundo: o Tritão, a corveta Imperial Marinheiro e navio-balizador Comandante Varela.

Todos eles têm canhões. No caso da corveta, um canhão de 76 mm e quatro metralhadoras (também chamados canhões automáticos leves) de 20 mm. O rebocador e o balizador têm dois canhões leves, de 20 mm, cada.

Mas a hipótese de uso dessas armas pesadas é remota, talvez só em caso de ataque aéreo. Para isso, o Exército montou – em apoio à Marinha — um dispositivo de vigilância ao lado da Usina do Gasômetro. Consiste num blindado Gepard, camuflado entre as árvores e dotado de um grande radar, além de dois canhões antiaéreos de 30 mm e lançador de mísseis.

O esquema de patrulha da Marinha conta com 400 militares apenas para vigilância da capital gaúcha durante a Copa, fora dispositivos em outras cidades. Desses, 40 são fuzileiros navais, incluindo equipes de mergulhadores e de paraquedistas. Eles usam botes infláveis ou de casco não-rígido, capazes de atingir as áreas pedregosas do entorno do Estádio Beira-Rio, sem dano. Serão os primeiros a serem usados, caso algum atentado ocorra. Mas os militares evitam usar a palavra terrorismo. Preferem falar em “incidentes”.

A frota designada para vigiar Porto Alegre é comandada pelo vice-almirante Leonardo Puntel, comandante do V Distrito Naval (que abrange todas as unidades da Marinha nos três estados do Sul do Brasil). Ele trabalha em cooperação estreita com a Polícia Federal, que também possui barcos-patrulha no Guaíba e Jacuí.

Fonte: Zero Hora / Foto: Tadeu Vilani/Agencia RBS