Justiça determina volta de 70% dos grevistas rodoviários no Rio

Justiça determina volta de 70% dos grevistas rodoviários no Rio

A Justiça do Trabalho do Rio concedeu liminar que determina retorno de pelo menos 70% do efetivo total de rodoviários no município do Rio ao serviço do transporte público municipal da cidade, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento. A liminar foi concedida a pedido do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus), devido à paralisação de 48 horas iniciada à meia-noite desta terça-feira (13) por um grupo de rodoviários, que não concordaram com acordo estabelecido entre os sindicatos da categoria e patronal.

O Rio Ônibus representa quatro consórcios, Intersul, Internorte, Transcarioca e Santa Cruz, que somam as 43 empresas que operam no sistema de transporte coletivo na cidade do Rio de Janeiro. Segundo a vice-presidente do TRT/RJ, desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos, o Rio Ônibus alegou, em seu pedido, que o transporte coletivo é considerado atividade essencial aos olhos da lei – sendo imprescindível a comunicação prévia de 72 horas. Na análise do sindicato, como tal não fora cumprido, a greve poderia ser considerada abusiva.

A magistrada considerou que o direito de greve é protegido pela constituição, mas pediu percentual mínimo de retorno dos grevistas rodoviários, visto o transporte público do Rio ser considerado como serviço essencial.

Sem garantia

O comando de greve dos rodoviários do município do Rio de Janeiro não garantiu a volta ao trabalho amanhã de pelo menos 70% dos motoristas e cobradores. Em coletiva de imprensa na sede da CSP-Conlutas, os grevistas anunciaram uma nova assembleia para quinta-feira, na Candelária, às 15h.

Os rodoviários do município começaram hoje uma paralisação de 48 horas. Em nota divulgada mais cedo, o comando de greve informou que a paralisação de hoje e amanhã foi decidida depois de “tentativas de negociação frustradas pela instransigência das empresas de ônibus”.

A greve foi decidida por um grupo de rodoviários que não concordou com acordo estabelecido entre os sindicatos da categoria e patronal. Os grevistas não aceitaram acordo de aumento de 10%, e reivindicam reajuste de 40%; mais auxílio alimentação de R$ 400; e o fim da dupla função de motorista – em muitas linhas, eles exercem também a função de cobrador.

Fonte: Valor – Alessandra Saraiva e Guilherme Serodio
Foto: Agência O Dia