Greenpeace descobre recife de corais em área licitada por ANP

Greenpeace descobre recife de corais em área licitada por ANP

O Greenpeace descobriu um recife de corais em uma parte da Bacia da Foz do Amazonas onde a petroleira francesa Total arremantou blocos para explorar petróleo. A área fica a 120 km da costa norte do Brasil e funciona como uma espécie de corredor de biodiversidade marinha ligando o oceano Atlântico Sul ao Caribe. Com isso, a organização não-governamental sugere que o Ibama não conceda a licença para que a Total explore petróleo na área.

Na 11ª Rodada realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 2013, a companhia, em consórcio com a britânica BP e a Petrobras, arrematou cinco blocos na Bacia da Foz do Amazonas. Para o Greenpeace, com a descoberta que apontou a existência de corais na área onde a petroleira iria fazer a exploração, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) feito pela Total não teria mais valor, já que as análises feitas pela companhia mostravam que os corais estariam a uma distância de oito quilômetros da área de perfuração.

Desde o ano passado, o Ibama vem pedindo informações para a companhia sobre os impactos ambientais. Porém, até hoje, o Ibama não concedeu a licença para a exploração das áreas.

– Como nos encontramos corais numa região onde não sabíamos que tinham eles agora vão ter que refazer (estudos ambientais) para entender qual vai ser o risco para esse bioma único e como eles são únicos no mundo à tendência e que eles não possam fazer exploração lá porque ainda não sabemos quais seriam os riscos para esses corais – disse Helena Spiritus, Bióloga do Greenpeace.

A presença dos corais indicam que sua extensão é quase seis vezes maior do que os cientistas estimavam. As informações serão publicadas pela revista científica Frontiers in Marine Science.

– Agora que sabemos que os Corais da Amazônia se sobrepõem ao perímetro dos blocos da Total, não há outra opção para o governo Brasileiro que não negar a licença da empresa para explorar petróleo na região – disse Thiago Almeida, especialista do Greenpeace em Energia.

Fonte: O Globo