Em outra nomeação polêmica, Crivella escolhe alvo de operação para presidente do Planetário do Rio
Depois de nomear o engenheiro Fábio Lessa Rigueira, réu no processo de homicídio culposo pela queda da Ciclovia Tim Maia em abril de 2016, para a presidência da Empresa Municipal de Urbanização (Riourbe), o prefeito Marcello Crivella fez mais uma nomeação polêmica. Ele escolheu o ex-vice-presidente de estádios do Botafogo Anderson Simões, alvo da Operação Limpidus em dezembro de 2017, para a Presidência da Fundação Planetário do Rio de Janeiro. A nomeação foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira.
A Operação Limpidus investiga a ligação de clubes de futebol com torcidas organizadas que cometem crimes. Na ocasião, com mandado de busca e apreensão, a polícia encontrou dois facões dentro da sala de Simões no Engenhão.
A prefeitura informou que Anderson Simões não foi preso nem é réu no processo. O Ministério Público informou que a investigação contra ele continua.
INVESTIGAÇÃO E AFASTAMENTO
Em dezembro de 2017, o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte acatou o pedido da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Ministério PúblicoJ e determinou o afastamento de funcionários dos clubes cariocas suspeitos de envolvimentos com torcidas organizadas, entre eles Simões. Segundo a decisão, o dirigente está proibido de frequentar estádios de futebol e exercer seu cargo.
Segundo a polícia, durante as investigações foi identificada uma relação promíscua entre clubes e torcidas organizadas, algumas delas banidas dos estádios pela Justiça.
Apesar disso, líderes dessas organizadas recebiam regularmente ingressos que eram repassados para cambistas e vendidos a preços altos. Ainda segundo a polícia, torcedores banidos dos estádios por incitar a violência também usavam esses ingressos para assistir aos jogos.
“O clube dava um ingresso a R$ 35, e vendiam para os cambistas por R$ 40, e ficavam com o valor dos ingressos”, explicou Daniela Terra, titular da Delegacia de Repressão a crimes de Informática (DRCI).
Outra ilegalidade cometida pelos clubes é o financiamento de torcidas organizadas já penalizadas com medidas de afastamento. Para o MPRJ, as condutas estariam fomentando a violência nos estádios.
Fonte: O Globo