Com pandemia, produção industrial tem queda recorde de 18,8% em abril, diz IBGE

Com pandemia, produção industrial tem queda recorde de 18,8% em abril, diz IBGE

Na comparação com o mesmo período do ano passado, recuo é de 27,2%

A pandemia provocada pelo coronavírus fez com que a produção industrial do Brasil desabasse no mês de abril, que começou e terminou com medidas de distanciamento social decretadas em todo o país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda de 18,8% na comparação com março é a pior da história.

Em comparação com abril do ano passado, os efeitos são ainda mais sentidos, com recuo de 27,2%. É o sexto resultado negativo nessa base de análise.

O registro negativo divulgado nesta quarta-feira (3) pelo IBGE superou a queda de 11% de maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. Porém, aquela produção foi reposta no mês seguinte, algo que não será visto agora, já que as medidas de distanciamento social continuaram.

A queda foi generalizada e atingiu todas as categorias da pesquisa e a maioria dos ramos pesquisados. A principal influência negativa veio do setor automotivo: em abril, 64 das 65 fábricas de automóveis no Brasil suspenderam suas operações.

O primeiro óbito conhecido de covid-19 no país ocorreu no dia 17 de março. A partir daí, com o avanço da doença, o país promoveu o distanciamento social como forma de combater a pandemia. Em abril, os efeitos econômicos começaram a ser sentidos com mais intensidade, já que as medidas restritivas duraram do começo ao fim do mês.

Diante desse cenário, a covid-19 intensificou o aumento do desemprego no Brasil, que chegou a 12,6% no trimestre encerrado em abril, e contribuiu para que 4,9 milhões de postos de trabalho fossem perdidos. A população ocupada teve uma queda recorde de 5,2% na comparação com o trimestre anterior.