Codesp desiste de construir Mergulhão no Cais do Saboó

Codesp desiste de construir Mergulhão no Cais do Saboó

O projeto do Mergulhão, a passagem subterrânea que eliminaria definitivamente o conflito rodoferroviário no Cais do Saboó, na Margem Direita do Porto de Santos, não vai sair do papel. O alto custo da obra e o tempo necessário para sua construção foram os fatores que forçaram a decisão da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). 

“Mergulhão não existe no nosso plano. Há mais de um ano ele está fora de cogitação. Não tem recurso, não tem tempo e não tem como se parar o acesso ao Porto por dois anos. Fazer uma obra de Mergulhão ali impede o acesso ao Porto por dois anos. Com a demanda que nós temos projetada, dá para fazer um canteiro de obras e impedir o acesso por dois anos? O Mergulhão, desculpe, mergulhou e não voltou”, destacou o diretor-presidente da Autoridade Portuária, José Alex Oliva, ao ser questionado sobre o empreendimento. 

O projeto do Mergulhão previa a construção de uma pista subterrânea destinada ao tráfego rodoviário (o ferroviário continuaria no nível do solo, acabando com o cruzamento). A via integraria o conjunto de obras da segunda etapa da Avenida Perimetral da Margem Direita do Porto de Santos, que reúne as intervenções programadas para a região entre o Saboó e o Paquetá (onde interliga-se à primeira fase, já concluída).

A ideia original era de que o Mergulhão, de 1.130 metros, fosse construído atrás do prédio da Alfândega do Porto de Santos. A obra é orçada em cerca de R$ 1 bilhão. Mas só R$ 310 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), haviam sido disponibilizados. 

O alto custo da obra é justificado pela necessidade de reforço do Cais do Valongo – uma vez que o tráfego de caminhões e as linhas de trens teriam que ser remanejadas para lá, durante os três anos previstos para a construção da passagem subterrânea. Há ainda uma formação rochosa, encontrada na região da Alfândega da Receita Federal, que, a princípio, precisaria ser retirada, uma vez que a passagem de nível passaria justamente por todo esse trecho.

Fonte: A Tribuna