CIRCULAR 04/ 2015 – CARTA A CLASSE TRABALHADORA

Prezado(s) Associado(s),

                                  A terceirização e seus desdobramentos

O projeto de lei 4330 (terceirização) aprovado recentemente na câmara dos deputados traz uma enorme preocupação à classe trabalhadora. Já tivemos inclusive manifestação do órgão máximo da justiça do trabalho (TST) tribunal Superior do Trabalho, onde 19 ministros já se manifestaram contrário à aprovação da PL 4330. Os interessados na aprovação irão argumentar que as empresas contratadas irão se responsabilizar pelos encargos sociais e não haverá prejuízo ao trabalhador.

É pura balela, haverá perda salarial, pois, as empresas não terão que contratar funcionário efetivo podendo pagar menos ao terceirizado e não tendo vínculo com o trabalhador. Haverá um aumento de empresas prestadoras de serviços onde veremos o aumento da avareza, ganância, a violação da CLT, haverá uma redução dos encargos sociais, haverá ainda mais Sindicatos e as categorias serão fracionadas e os Sindicatos enfraquecidos.

Segundo estudo do DIEESE e da CUT, o terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada de três horas semanais a mais e ganha 27% a menos que o funcionário contratado diretamente pela empresa, o que proporciona uma exploração da classe trabalhadora em pleno século 21 pelas forças feudais brasileiras.

Lembremos-nos da época do BRASIL FEUDAL quando o trabalhador escravo reclamava de alguma coisa os Srs. “FEUDAIS” chamavam o capitão do mato e mandavam dar dez chibatadas para não haver novas reclamações e servir de exemplo. Nos dias de hoje, não nos enganemos, é a terceirização.

Esperamos que o SENADO se sensibilize e não aprove essa maldita PL 4330/2004 que leva a classe trabalhadora de volta à idade média. Isto posto, ainda que passe pelo senado, temos a esperança que a presidenta Dilma vete tamanha violência contra a classe trabalhadora que votou maciçamente com ela.

Que DEUS nos livre de mais essa “maldição” onde nesse momento buscamos justiça social e distribuição de renda, mas de repente somos surpreendidos por um projeto de lei que nos reporta a idade média suprimindo direitos adquiridos, dividindo o povo brasileiro em várias classes sociais, quando deveria se fazer isonomia (justiça social) causando uma inquietação que pode levar de volta a lutas de classe no momento em que o país vive um difícil momento em sua trajetória, na busca do equilíbrio social.

Continuamos a lutar contra essa PL 4330, pois preferimos às lágrimas da derrota a vergonha de não ter lutado.

Alcir da Costa Albernoz
Presidente do SINCOMAM