Burocracia afeta a cabotagem nos portos brasileiros

Burocracia afeta a cabotagem nos portos brasileiros

O presidente da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), Cléber Lucas, não é muito de dar entrevistas e prefere fazer palestras. Em uma delas, revelou que a burocracia afeta duramente a cabotagem. Lembrou que o caminhão precisa de apenas quatro documentos: IPVA, nota fiscal, certificado de propriedade e carta de frete. Já um navio de cabotagem precisa atender a 12 exigências, o que inclui relatório de água de lastro, lista de narcóticos e outros. Nos Estados Unidos, um navio precisa mostrar apenas lista de tripulantes e formulário de atracação.

Revelou que o combustível usado pela cabotagem custa o dobro do pago pelos caminhões. Mostrou ainda Lucas que, para transporte de uma tonelada, por um quilômetro, o navio emite 13,5 gramas de gás carbônico, contra 39,6 do trem e 57,1 do caminhão.

O Plano Nacional de Logística de Transporte apresenta como metas elevar, até 2015, a participação do segmento aquaviário de 19% para 32% no modal de transporte; o caminhão cairia de 71% para 33%, enquanto o trem subiria de 10% para 29%. Mas, a julgar pelos atos recentes do governo e pela total inoperência do Conselho Nacional de Integração das Políticas de Transporte (Conit), isso mais parece um sonho.

Fonte: Monitor MercantilSergio Barreto Motta