Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 10,35 bi em abril, recorde absoluto

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 10,35 bi em abril, recorde absoluto

Montante representou aumento de 67,9% em relação ao mesmo período de 2020, pela média diária, segundo números divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex)

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 10,349 bilhões em abril, aumento de 67,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, pela média diária, segundo números divulgados nesta segunda-feira (3) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, afirmou que o superávit é recorde para qualquer mês da série histórica, iniciada em 1997. Antes, o maior saldo positivo havia sido registrado em julho de 2020, de US$ 7,6 bilhões.

Segundo ainda os dados da Secex, os primeiros quatro meses do ano acumularam um saldo positivo de US$ 18,256 bilhões, aumento de 106,4% sobre o mesmo período de 2020 — e o segundo maior saldo positivo, atrás somente do 1º quadrimestre de 2017.

As exportações totalizaram US$ 26,480 bilhões no mês passado. Pela média diária, houve aumento de 50,5% sobre o desempenho do mesmo mês de 2020. Já as importações alcançaram US$ 16,131 bilhões e tiveram aumento, também pela média diária, de 41,1% sobre abril do ano passado.

O volume de exportações também é recorde para qualquer mês, apontou Brandão. O maior valor anteriormente era de agosto de 2011. “Em abril, houve crescimento expressivo tanto nas exportações quanto nas importações”, destacou. A corrente de comércio é recorde para meses de abril.

O aumento das exportações é explicado por aumento de quantidade e preços, afirmou. Brandão destacou a demanda mundial aquecida, com preços em alta, e o embarque recorde de soja. “É natural que em um contexto de recuperação econômica internacional haja demanda crescente”, afirmou. Os embarques de soja somaram 17 milhões de toneladas e favoreceram o resultado, acrescentou.

Além disso, houve recorde mensal nas exportações de outros produtos. Em termos de valor, citou, por exemplo, minério de ferro, óleos combustíveis e carne bovina. Em termos de quantidade, há também açúcar.

No acumulado de 2021, até abril, as exportações somaram US$ 82,130 bilhões, alta de 26,6%, pela média diária, em relação ao mesmo período de 2020 — o maior da série histórica, de 1997, para o período. Já as importações ficaram em US$ 63,873 bilhões, aumento de 14% na mesma base de comparação.

Em abril, as exportações do setor agropecuário cresceram 44,37%, pela média diária, em relação ao mesmo mês do ano anterior. No caso da indústria extrativa, houve alta de 73,22% e da indústria de transformação, de 43,9%.

Já pelo lado das importações, houve avanço de 1,57% na agropecuária, de 35,47% na indústria extrativa e de 42,57% na indústria de transformação. A alta das importações em abril, explicou Brandão, se dá em um momento de recuperação da economia nacional. “É natural que haja aquecimento da demanda por bens importados.”

Principais destinos dos produtos brasileiros

No mês passado, as exportações brasileiras para China, Hong Kong e Macau, principais destinos dos produtos brasileiros, subiram 55,06%, pela média diária, em relação ao mesmo mês do ano anterior. As vendas totais para a Ásia avançaram 53,66%

Na mesma base de comparação, as vendas para a América do Norte subiram 39,66%, com alta de 33,66% nos embarques para os Estados Unidos. Considerando a América do Sul, houve alta de 81,75%, com avanço de 88,19% no caso da Argentina. Já as vendas para a Europa subiram 35,38%.

Nos primeiros quatro meses do ano, as vendas para a China avançaram 37,04% e, para toda a Ásia, 32,24%. As exportações para a América do Norte avançaram 15,81%, para a América do Sul, 32,31%, e para a Europa, 16,79%.

Fonte: Valor

Foto: divulgação Secom