76ª fase da Lava Jato: policiais cumprem mandados de busca e apreensão na Petrobras

76ª fase da Lava Jato: policiais cumprem mandados de busca e apreensão na Petrobras

Estatal afirmou que é vítima dos crimes desvendados pela Lava Jato e que colabora com as investigações desde 2014

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (7), a 76ª fase da Operação Lava Jato, nomeada de “Sem limites III”. Os policiais federais cumpriram três mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro.

As ações, segundo a corporação, visam aprofundar as investigações acerca de práticas criminosas cometidas na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, especificamente na Gerência Executiva de Marketing e Comercialização.

De acordo com as informações da PF, as apurações foram iniciadas após a deflagração da 57ª fase da Lava Jato – Operação Sem Limites -, em dezembro de 2018, que cumpriu mandados contra integrantes de suposta organização criminosa responsáveis pela prática de crimes envolvendo a negociação de óleos combustíveis e derivados entre a estatal e companhias estrangeiras.

Após o cumprimento das medidas em 2018, executivos ligados às empresas estrangeiras investigadas fecharam acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e relataram que funcionários da Estatal, responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo, recebiam vantagens indevidas para favorecê-las nas negociações de fornecimento de combustíveis marítimos no varejo para abastecimento dos navios a serviço da Empresa em portos estrangeiros.

“Com parte das comissões geradas a partir da celebração das operações comerciais, os executivos realizavam os pagamentos dos funcionários públicos com auxílio de operador financeiro que já foi alvo da 20ª fase ostensiva da Operação Lava Jato (Operação Corrosão) e mediante a celebração de contratos fictícios para geração de recursos em espécies. Verificou-se que os então funcionários da Petrobras, alvos desta fase, também repartiam os valores de propina com outros agentes públicos da Gerência Executiva de Marketing e Comercialização já denunciados e investigados no âmbito da Operação Lava Jato”, acrescentou a Polícia Federal, em comunicado.

A nova fase recebeu o nome de “Sem Limites III” por estar diretamente vinculada com as investigações da Operação Sem Limites (57ª fase da Operação Lava Jato) e Sem Limites II (71ª fase).

Segundo a PF, os investigados responderão pela prática, dentre outros, dos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro.

Resposta da Petrobras

Em nota, a Petrobras disse que os envolvidos na 76ª Fase da Operação Lava Jato, são ex-funcionários da companhia e as acusações de corrupção referem-se ao período de 2009 a 2013.

“A Petrobras reitera que é vítima dos crimes desvendados pela Operação Lava-Jato, sendo reconhecida como tal pelo Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal Federal. A companhia colabora com as investigações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 21 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato. Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras. Os envolvidos continuaram a praticar atos de lavagem de dinheiro até 2018, já fora da Petrobras”, esclareceu a Estatal.

*Com informações da PF e Petrobras