
Petrobras realiza operação inédita com drones no campo de Búzios
A Petrobras realizou a primeira operação de transbordo de cargas leves entre FPSOs com o uso de drones, no último dia 21. A atividade foi realizada por uma aeronave remotamente pilotada (RPA) Classe 2 (com peso máximo de decolagem entre 25 e 150kg), que transportou um rolamento da P-74 para a P-75, ambas localizadas no campo de Búzios, na Bacia de Santos.
Depois do voo, que durou cerca de 30 minutos, o drone retornou para a P-74. A operação foi realizada em modo BVLOS (Beyond Visual Line-Of-Sight), o que significa que a aeronave pilotada atinge distâncias além do alcance visual do piloto remoto.
Apesar da semelhança com a atividade realizada na P-51 em julho de 2024, com um drone aéreo saindo do porto para a unidade, o teste em Búzios foi, de fato, a primeira operação de transbordo de cargas leves entre unidades offshore com uso de drones na Petrobras. Ela também se diferencia das atividades realizadas em dezembro de 2024 com a empresa Speedbird Aero, que envolveram transbordo entre plataformas fixas e terminal marítimo.
A operação realizada no dia 21 de março é resultado de um processo de avaliação de soluções de mercado que envolveu a contratação de três empresas: TideWise, responsável pela embarcação autônoma; XMobots e Omni Aviação, que operam com Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada (RPAS).
As empresas foram contratadas através de um CPSI (Contratação Pública de Soluções Inovadoras) liderado pelo Cenpes (Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello), e esse processo culminou na assinatura de três contratos distintos, um para cada empresa.
O objetivo dessas operações é testar e validar a utilização de veículos robóticos não tripulados para o transbordo de cargas leves entre plataformas, em distâncias de até 20 km, para verificação de adequação às demandas da Petrobras no transbordo de cargas leves, visando um futuro contrato de fornecimento de serviços.
“Essa abordagem busca otimizar o tempo de espera de remessa de cargas (lead time) entre as unidades, atendendo às necessidades de transbordos emergenciais de equipamentos críticos, que atualmente são realizados por meio de modais tradicionais, como embarcações marítimas tripuladas”, explicou a Petrobras à Brasil Energia.
Próximos passos
A Petrobras pretende realizar um segundo teste com RPA no mesmo trecho entre as plataformas P-74 e P-75 na segunda quinzena deste mês. Desta vez, a RPA utilizada será o modelo SDO 50V3 da SwissDrones, por meio do contrato com a Omni. Essa aeronave utiliza um motor a combustão (JET A-1, querosene de aviação), diferente do modelo empregado pela XMobots, que usa motores elétricos.
Ao final dos testes, as empresas participantes terão a oportunidade de apresentar um modelo de negócios, que incluirá uma proposta de prestação de serviços, abrangendo todos os requisitos necessários para a adoção da solução em escala. Da parte da Petrobras, será elaborado um relatório técnico com análise das três soluções e com a indicação de um caminho para conclusão do CPSI envolvido, que preconiza a escolha de, no máximo, uma única entre as soluções avaliadas.
“Será realizado um planejamento técnico-financeiro-jurídico para contratação da solução, envolvendo a sua implantação e abrangências nas unidades offshore, atendendo ao dimensionamento financeiro disponível para a contratação”, afirmou a estatal.
Além disso, a contratação resultante da análise dos modelos de negócio poderá ser efetuada por meio de dispensa de licitação. “No entanto, essa modalidade está sujeita às limitações da Etapa 2 do CPSI, que estabelece um limite de R$ 8 milhões e um prazo máximo de dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois anos”, finaliza a Petrobras.
Fonte: Revista Brasil Energia