Marinha lidera evento sobre uso sustentável da Baía de Guanabara

Marinha lidera evento sobre uso sustentável da Baía de Guanabara

A Baía de Guanabara, porto natural de valor inestimável, foi o centro de um evento estratégico promovido em 9 de abril pela Capitania dos Portos do Rio de Janeiro. A exibição do documentário “Espelhos da Baía” abriu espaço para um debate interinstitucional coordenado pela Marinha, com a presença de órgãos públicos, iniciativa privada e academia, todos em busca de soluções sustentáveis para o uso desse território vital ao estado do Rio de Janeiro.

Gestão compartilhada e desafios da governança marítima

O evento integrou o Projeto de Educação Ambiental Redes da Baía (PEA) e teve como foco o terceiro episódio da série “Espelhos da Baía”, dedicado à governança marítima. A escolha da Capitania dos Portos como sede do encontro foi simbólica e estratégica: sob a autoridade do 1º Distrito Naval, a Marinha exerce papel central na regulação e fiscalização das atividades náuticas, portuárias e ambientais da região.

O discurso do Capitão dos Portos do Rio de Janeiro ressaltou a importância da construção de mecanismos de gestão integrada, em que diferentes atores possam dialogar e alinhar interesses. “É essencial que o setor público, privado e acadêmico se unam para subsidiar políticas públicas sustentáveis para a Baía de Guanabara”, declarou. O evento marcou mais um passo rumo à criação de um modelo participativo e transparente de governança costeira.

O debate técnico abrangeu ainda as complexidades do uso múltiplo da Baía — desde o tráfego portuário e a pesca artesanal até o turismo náutico, transporte de passageiros e preservação ambiental. A presença de representantes do IBAMA, INEA, UFF, UFRJ e prefeituras da região metropolitana reforçou a pluralidade de perspectivas e expertises envolvidas.

Integração de saberes e construção de soluções locais

Um dos aspectos mais valorizados no evento foi a interação entre saber técnico e conhecimento tradicional. A série documental “Espelhos da Baía”, exibida no início do encontro, trouxe à tona relatos de pescadores, líderes comunitários e ambientalistas, humanizando o debate e evidenciando a necessidade de escuta ativa das populações que vivem da Baía.

A presença de representantes da sociedade civil organizada, empresas marítimas, universidades e entidades ambientais criou um ambiente de troca qualificada e respeito mútuo. A ideia de “governança compartilhada” foi interpretada não apenas como diretriz administrativa, mas como postura ética diante de um patrimônio natural e cultural coletivo.

Projetos como o Projeto Grael, BR Marinas, Associação de Turismo Náutico e SINDARIO marcaram presença, reafirmando que a sustentabilidade da Baía de Guanabara só será possível com alianças sólidas e objetivos comuns. O evento evidenciou que a força do diálogo está em conectar visões distintas em torno de um bem comum.

A Baía como eixo estratégico da soberania e da cidadania

A Baía de Guanabara é mais do que uma paisagem deslumbrante: é um território estratégico para a segurança, a economia e a cultura do Brasil. Sua relevância vai além da navegação e do comércio — está ligada à identidade do povo fluminense, ao turismo internacional, ao transporte público aquaviário e à pesquisa científica.

Ao assumir a liderança do evento, a Marinha do Brasil reforçou seu papel como instituição que vai além da Defesa, atuando também como guardião dos mares, promotor da educação ambiental e facilitador do diálogo interinstitucional. A atuação da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro reafirma o compromisso da Autoridade Marítima com uma gestão responsável e colaborativa dos recursos hídricos nacionais.

O debate sobre a Baía de Guanabara se insere em uma agenda maior de desenvolvimento sustentável, onde o equilíbrio entre crescimento, preservação e justiça social deve guiar todas as decisões. Com iniciativas como essa, o Brasil se aproxima de um modelo de governança costeira mais moderno, democrático e eficaz.

Fonte: Defesa em Foco