No coração da história naval brasileira, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro chega aos 179 anos combinando tradição, modernização e presença cidadã nas águas do estado. De ações repressivas à educação marítima, a CPRJ vem se destacando com iniciativas estratégicas que reduzem acidentes, ampliam a fiscalização e fomentam o desenvolvimento sustentável da navegação nas baías fluminenses.

Projetos inovadores: Lei Seca Marítima e Costa Verde como marcos operacionais

A Lei Seca Marítima, lançada no verão passado e transformada em operação permanente, se tornou um divisor de águas na segurança da navegação recreativa e turística. A ação intensificou a fiscalização de embarcações em áreas de grande fluxo, especialmente durante feriados e alta temporada, reduzindo drasticamente os casos de acidentes náuticos causados por consumo de álcool.

Já o Projeto Costa Verde, fruto da parceria com a SOAMAR-RJ e a comunidade marítima, ampliou a presença fiscalizadora por meio da instalação de contêineres de inspeção naval e, futuramente, com a incorporação de lanchas de inspeção e patrulhamento, hoje em fase de adaptação. Ambas as iniciativas reforçam a atuação preventiva da CPRJ e aproximam a Autoridade Marítima do cidadão.

Infraestrutura, ensino náutico e modernização tecnológica da CPRJ

Com foco na formação de aquaviários e na ampliação da capacidade de ensino, a CPRJ investiu na construção de novas salas de aula e na reforma de outras, dobrando a oferta de vagas e expandindo o acesso à qualificação profissional marítima. A ação impacta positivamente o setor náutico e portuário fluminense, fornecendo mão de obra capacitada para o crescente mercado da economia azul.

Além disso, a Capitania inaugurou o Centro de Coordenação e Controle da Autoridade Marítima (CCCAM), equipado com tecnologias de ponta para monitoramento e resposta a incidentes. A modernização da frota, com aquisição de motos aquáticas e lanchas novas com recursos extraorçamentários, também fortalece a capacidade de resposta e fiscalização em tempo real.

Tradição e missão: o papel histórico da Capitania dos Portos no Brasil

Criada em 1846 por ordem do Imperador Dom Pedro II, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro é uma das instituições mais antigas em operação contínua no país. Com jurisdição sobre as baías de Guanabara, Sepetiba e Ilha Grande, a CPRJ foi fundamental na organização da navegação, no controle portuário e no surgimento da moderna Autoridade Marítima Brasileira.

Nomes históricos como Almirante Tamandaré, Júlio de Noronha e Henrique Saboia figuram entre seus comandantes, e o legado deixado por esses líderes continua vivo na atuação dos militares e civis que compõem sua tripulação. A missão segue clara: “Orientar, Instruir e Fiscalizar – Tudo pela segurança de quem vai navegar!”

Fonte: Defesa em Foco