
Cade aprova acordo da TotalEnergies e Shell na Bacia de Santos
O Cade aprovou sem restrições o acordo assinado entre a TotalEnergies e a Shell, o que prevê uma troca de participação não operada de 20% da empresa francesa no projeto Gato do Mato por uma parcela adicional de 3% no campo de Lapa. Ambos localizados na Bacia de Santos.
Para o Conselho, a transação não traz prejuízos ao ambiente concorrencial, já que a participação conjunta da TotalEnergies e da Shell nos mercados com sobreposição horizontal é inferior a 20% (este valor acima é considerado como de posição dominante no mercado).
No início de junho , ambas as empresas negociaram o acordo. Ainda é necessária a aprovação da ANP e do Ministério de Minas e Energia (MME). Em relação ao MME, é preciso o aval por envolver um contrato de partilha de produção – no caso, a área de desenvolvimento Sul da Orca , que faz parte do projeto Gato do Mato.
Com as devidas aprovações, o consórcio de Gato do Mato terá a Shell (operadora) com 70% de participação e a Ecopetrol como parceria, com 30% de participação. Atualmente, o consórcio do projeto é composto pela Shell (operadora; 50%), em parceria com a Ecopetrol (30%) e a TotalEnergies (20%).
No caso do campo de Lapa, a TotalEnergies pretende aumentar sua participação operada de 45% para 48%, em consórcio com a Shell (cuja parcela diminuirá, saindo dos atuais 30% para 27%) e com a Repsol Sinopec (que manterá os seus 25% de participação). Nos dois casos, não há troca de operadora ou entrada de novo consorciado.
O projeto Gato do Mato é composto por um contrato de concessão (SM-518) e por uma área de partilha (Sul de Gato do Mato), cuja decisão final de investimentos (Final Investment Decision – FID) foi anunciada pela Shell em março deste ano. O plano de desenvolvimento prevê a instalação de um FPSO projetado para produzir até 120 mil bpd, e o volume estimado de recursos recuperáveis é de aproximadamente 370 milhões de barris.
No campo de Lapa, a produção é explorada pelo FPSO Cidade de Caraguatatuba, que possui capacidade de processamento de 100 mil bpd e de 5 milhões de m³/dia de gás natural. Em julho do ano passado, a ANP aprovou a terceira revisão do Plano de Desenvolvimento (PD) da Lapa, que contempla, entre outras atividades, o desenvolvimento via tie-back da área da Lapa Sudoeste, que deve entrar em operação até o final deste ano e aumentar a produção do campo para 60 mil bpd (em maio, a Lapa produziu cerca de 43,9 mil bpd, segundos dados da ANP).
Fonte: Brasil Energia