
Aliança renova frota para manter serviços de cabotagem
A renovação de parte de sua frota da navios foi a estratégia adotada pela Aliança Navegação para solucionar os problemas encontrados no Porto de Santos e nos demais complexos portuários do Brasil e manter seus serviços de cabotagem. A empresa comprou quatro novos porta-contêineres com características compatíveis às limitações observadas nas instalações do País, como a restrição de calado em Santos e as curvas sinuosas do Rio Amazonas.
“Os investimentos possibilitaram a interrupção das paradas por motivos técnicos”, afirma o diretor-superintendente da companhia, Julian Thomas. Ao todo, a empresa investiu R$ 450 milhões na aquisição dos cargueiros, que apresentam um calado (parte da embarcação que permanece submersa) reduzido.
Em 2013, a Aliança movimentou 613 mil TEUs (unidade equivalente a 20 pés). O número é 22% superior ao obtido no ano anterior. Até dezembro, a previsão de crescimento é a mesma.
Sobre o desenvolvimento da cabotagem no Brasil, o superintendente da Aliança explica que ainda existem entraves para o pleno sucesso do serviço. A pouca oferta de terminais é uma delas, mesmo levando em consideração o novo marco regulatório do setor, a Lei 12.815/2013, que incentiva a abertura de novas instalações privadas. “Entre planejar e operar um novo terminal, teremos até 5 anos”, lembra Thomas. Da mesma forma, estão os acessos a essas instalações, seja por mar (calado reduzido) ou terra (limitação do sistema viário).
Outro ponto que o diretor-superintendente destaca é a falta de um visão sistêmica, o que impede a ampliação da capacidade portuária em uma determinada região, como acontece no Porto de Santos. Ele aponta que a existência de diferentes empresas privadas, um poder público regional (prefeituras) e órgãos gestores, além de intervenções federais e de órgãos reguladores, acaba sendo um impeditivo, não um aliado. “(Isso) resulta em projetos direcionados a cada uma das interfaces, sem análise das relações entre elas”, diz.
Também há os pontos relacionados ao planejamento e à multimodalidade (o uso integrado de vários meios de transporte no deslocamento de uma carga), segundo o executivo. Esta última, que está aliada diretamente à cabotagem, fica limitada com os congestionamentos rodoviários e a falta de expansão da malha ferroviária e das hidrovias. “Planejar significa desenvolver um modelo, testá-lo com uma base de dados e analisar os resultados de modo a sugerir uma solução otimizada”, finaliza.
Fonte: A Tribuna