Agentes marítimos lutam por maior participação no setor portuário

Agentes marítimos lutam por maior participação no setor portuário

Um profissional que lida com grande quantidade de informações e que, necessariamente, deve falar outras línguas. Está preocupado com o cargueiro e até mesmo com as necessidades da tripulação que ali está embarcada – inclusive, no que diz respeito à alimentação. Mais do que isso, também deve gerenciar a movimentação de mercadorias, negociar com terminais marítimos e estar atento às atualizações de normativas portuárias e do comércio exterior.

Com uma grande carga de responsabilidade, os agentes marítimos agora buscam uma maior representatividade no setor. A participação nas discussões do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) é um dos anseios da categoria.

Em um contexto amplo, este é o agente marítimo, que tem papel fundamental para a eficiência dos portos – e das relações comerciais realizadas nesses complexos – em todos os países. No mês em que se comemorou o dia do profissional, celebrado na última terça-feira, a categoria destaca o papel nesse mercado, cada vez mais competitivo, além de buscar a garantia de cada vez mais presença nas discussões que nortearão o futuro.

“Somos o representante do armador (empresa proprietária do navio) no porto. Temos que atendê-lo em tudo o que necessita e ainda garantir o embarque e desembarque das cargas”, explica o presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo(Sindamar), Marcelo Neri, que é proprietário da Alphamar. Para ele, o grande desafio do agente marítimo hoje é, com equilíbrio, conseguir lidar com o volume de informação trabalhado.

Neri conta que o profissional do ramo é o responsável por contatar todos os elementos responsáveis por fazer o Porto funcionar. A exemplo de Santos, ele remete à obrigatoriedade de estabelecer comunicação direta com os terminais marítimos, com a Praticagem (responsável pela movimentação dos navios no canal de navegação), com a Receita Federal, com os órgãos sanitários, como a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com transportadores de carga, entre tantos outros.

“Dizemos que informação é dinheiro. Se algo sai errado, muitos são envolvidos, o prejuízo pode ser grande, e isso requer atenção em dobro”, ressalta. Por essa razão, Neri lembra a necessidade de a categoria sempre estar atualizada, ciente das regras e normativas comerciais internacionais – que têm um processo de atualização constante, além de estar presente nas discussões que permeiam o futuro das operações portuárias e relações comerciais entre países.

Representatividade

Os agentes marítimos possuem uma cadeira na Comissão Nacional das Autoridades nos Portos (Conaportos). “Mas devemos estar em outros lugares para discutir, como no CAP”, acredita o presidente do sindicato.

Para ele, é de extrema importância essa participação da categoria, não somente pela representatividade, mas pela possibilidade de compartilhar dados e informações diárias, principalmente por estarem em contato com todas – ou a maioria – das entidades envolvidas no funcionamento do Porto.

Marcelo Neri mantém expectativa positiva para o mercado dos agenciadores marítimos, mesmo com o crescimento da presença de escritórios locais dos armadores – fato que tem se tornado mais comum nas últimas duas décadas. “A tecnologia nos deixou mais ágil, ao mesmo que tempo que a cobrança e as responsabilidades aumentaram. O nosso mercado mudou, cresceu e se globalizou, mas nós sempre estaremos presentes em todos os Portos”.

Fonte: A Tribuna Digital