Ação da Marinha combate transporte ilegal de madeira no Marajó

Ação da Marinha combate transporte ilegal de madeira no Marajó

Em mais uma ofensiva contra os crimes ambientais na região amazônica, a Marinha do Brasil apreendeu um comboio fluvial que transportava cerca de 2 mil metros cúbicos de madeira de forma irregular no Arquipélago do Marajó, no Pará. A abordagem foi realizada pelo Navio-Patrulha “Pampeiro”, com apoio da Secretaria de Meio Ambiente de Oeiras do Pará, resultando na apreensão de embarcações sem condutor habilitado, com excesso de carga e documentos florestais incompletos.

Fiscalização fluvial: o papel do Navio-Patrulha Pampeiro na Amazônia Legal

Subordinado ao Comando do 4º Distrito Naval, o Navio-Patrulha “Pampeiro” é uma das principais ferramentas da Marinha do Brasil no combate a crimes ambientais e na salvaguarda da navegação nos rios da Amazônia Legal. Com 28,95 metros de comprimento, canhões leves e tripulação preparada para abordagens complexas, o NPa atua em missões que exigem precisão, logística e ação rápida em ambientes fluviais.

Na operação que culminou na apreensão das balsas no município de Curralinho, o Pampeiro realizou patrulhamento naval intensivo com foco em embarcações suspeitas. O comboio interceptado — um empurrador e duas balsas carregadas com toras de espécies nobres — apresentava infrações múltiplas, como excesso de carga, ausência de habilitação do condutor e irregularidades em equipamentos de segurança. A embarcação foi escoltada até porto seguro, onde o material ficou sob custódia para apuração.

Crime ambiental e exploração ilegal de madeira: impacto na floresta e nas comunidades

O transporte irregular de madeira está diretamente ligado à cadeia da exploração ilegal dos recursos florestais, um dos principais desafios da preservação da Amazônia. Espécies como jarana, tauari, louro-preto, louro-amarelo, andiroba e sucupira têm alto valor no mercado madeireiro e são frequentemente extraídas sem manejo sustentável ou controle ambiental.

Além do dano ambiental, a atividade ilegal alimenta circuitos de trabalho precário, evasão fiscal e desestruturação social em comunidades locais. O valor estimado da carga apreendida pode ultrapassar R$ 600 mil, segundo avaliação da Secretaria de Meio Ambiente de Oeiras do Pará, que deverá aplicar multas e encaminhar os responsáveis às autoridades competentes.

Cooperação interinstitucional e a presença do Estado no Arquipélago do Marajó

A operação bem-sucedida foi fruto da cooperação entre a Marinha e os órgãos ambientais municipais, demonstrando a importância da presença estatal integrada na região amazônica. O Arquipélago do Marajó, por sua complexidade geográfica e acesso predominantemente fluvial, exige vigilância constante e ações conjuntas para assegurar o cumprimento da legislação ambiental.

Esse tipo de ação reafirma o papel da Marinha como braço operacional do Estado brasileiro na Amazônia, contribuindo para a proteção da biodiversidade, a segurança da navegação e a aplicação da lei. A continuidade de operações como essa reforça a soberania e a capacidade do país de reagir aos desafios ambientais e logísticos da floresta.

Fonte: Defesa em Foco