Vale aumenta projeção para reservas de minério de ferro

Vale aumenta projeção para reservas de minério de ferro

A Vale revisou para cima suas projeções para as reservas totais de minério de ferro da companhia em 2016, segundo consta do relatório 20-F, enviado pela companhia à comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês).

As reservas totais de minério de ferro da empresa aumentaram em 973 milhões de toneladas no fim de 2016 na comparação com o mesmo período de 2015, totalizando 18,44 bilhões de toneladas (um ano antes eram de 17,46 bilhões de toneladas).

Segundo a Vale, as variações nas reservas de minério de ferro de 2015 para 2016 refletem novas diretrizes estratégicas na análise das cavas (as jazidas onde o minério é explorado). Essa análise considera novos pressupostos de preço, custo, projetos e “blending” (mistura), que afetaram todas as jazidas, segundo a mineradora.

“Além disso, tivemos novas jazidas divulgadas pela primeira vez e atualizações de modelos de recursos”, disse a Vale em trecho do 20-F. A declaração de reservas também considera a chamada “depleção”, o esgotamento progressivo das minas à medida que sua exploração vai chegando à maturidade.

Ainda segundo a empresa, em 2016, uma parcela das reservas em todos os sistemas de mineração da companhia foi reclassificada de reservas “provadas” para reservas “prováveis”, sem impacto na tonelagem total.

Esta reclassificação foi resultado de uma revisão completa das minas a céu aberto, disse a Vale. São consideradas “provadas” apenas as reservas para as quais todas as licenças ambientais foram obtidas, e como “prováveis” as reservas que têm o processo de licenciamento em andamento.

Ainda segundo a Vale, as estimativas de reservas são baseadas em determinadas premissas sobre preços futuros. “Determinamos que nossas reservas reconhecidas poderiam ser economicamente produzidas se os preços para os produtos fossem iguais à média histórica de preços de três anos até 31 de dezembro de 2016.”

A média histórica de preço do minério de ferro nos últimos três anos foi de US$ 70,2 por tonelada considerando o minério com 62% de teor de ferro no mercado à vista da China.

Novos projetos

A Vale afirmou que a conclusão esperada de determinados projetos de minério de ferro em 2017, especialmente na Austrália e no Brasil, poderá resultar em pressões negativas nos preços, o que representaria desafios adicionais para os produtores de custo mais alto.

“Esperamos que o crescimento econômico da China desacelere em 2017, principalmente devido ao menor crescimento dos setores imobiliário e manufatureiro, o que pode ser parcialmente compensado por investimentos em infraestrutura”, disse a Vale em trecho do 20-F no qual analisou os principais fatores que podem afetar os preços das commodities.

Segundo a Vale, em 2015, um excesso de oferta de minério de ferro teve um impacto negativo nos preços. Em 2016, os preços começaram a subir em fevereiro, impulsionados pelas políticas e restrições de oferta impostas pelo governo chinês, o que fez com que os preços do minério de ferro atingissem o pico de US$ 70 por tonelada no início de maio do ano passado, disse a mineradora.

“Como esperado, as usinas siderúrgicas aumentaram sua produtividade em resposta ao aumento da demanda e do preço, o que aumentou o ágio para minérios de alto teor, tais como o minério de ferro de Carajás e pelotas”, afirmou a mineradora no 20-F.

A Vale lembrou que os preços voltaram a subir em outubro de 2016, alcançando US$ 83,95 por tonelada em dezembro, com o “spread” de preço entre o minério de ferro de teor 65% produzido em Carajás e o minério de ferro com teor de 62% chegando a US$ 15 por tonelada.

Fonte: Valor