Portos paulistas respondem por 29,7% da balança comercial

Portos paulistas respondem por 29,7% da balança comercial

Com uma movimentação de 158 milhões de toneladas no ano passado, os portos de Santos e de São Sebastião (este, no Litoral Norte do Estado) escoaram 15,8% das cargas que passaram pelo sistema portuário nacional. Em valor, esses produtos somaram US$ 95,9 bilhões, 29,7% da balança comercial do País. 

Estes dados estão entre as informações que podem ser conferidas no Anuário dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo – 2017, publicação que será lançada na noite desta quarta-feira (21), em Santos, pelo Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp). A iniciativa integra o plano da entidade de se consolidar como um centro de inteligência do setor. 

No Porto de Santos, o Sopesp reúne 42 empresas, cerca de 70% das que atuam no segmento. Juntas, elas foram responsáveis, em 2016, pela movimentação de 110,5 milhões de toneladas, garantindo uma receita de US$ 92,1 bilhões. 

E neste ano, a entidade passou por uma reformulação. Além da contratação de profissionais de mercado, ela adquiriu uma nova sede, mais moderna, e procura investir na comunicação com as empresas associadas e a sociedade civil. 

“A ideia é abrir as portas, ter os associados mais perto. A fase de luta laboral existe, mas ela está em menor escala. Hoje, uma das nossas bandeiras é desenvolver o negócio para o operador portuário. É a gente procurar caminhos de busca de eficiência, redução de custos, conseguir novos negócios. Não só em Santos, mas em toda a abrangência do sindicato”, destacou o vice-presidente do Sopesp, João Batista Almeida Neto.

De acordo com o Anuário, a movimentação de cargas em Santos apresentou um crescimento de 8 milhões de toneladas entre 2010 e 2016. Já o número de atracações apresentou uma queda de 1.311 manobras, o que mostra que, nos últimos anos, cada navio atracado no complexo santista movimentou cerca de 5 mil toneladas a mais, em média. 

“A gente ainda tem muita oportunidade para aumentar os níveis de movimentação, buscando eficiência e baixando custo. Então, é uma possibilidade real de a gente tentar agregar mais valor ao negócio de cada operador. O nosso segmento não visa só aquele grande operador do Porto. Tem os menores e eles precisam até mais do nosso apoio. Essa é a visão para o futuro”, destacou Almeida.

Parceria

Esta nova fase da entidade também é marcada por parcerias com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a administradora do Porto de Santos. Uma das mais importantes é a que resultou na programação da dragagem de berços do cais santista.

“Quando o Sopesp assumiu o cronograma (do serviço), a gente começou a identificar coisas boas e coisas que tinham oportunidade de melhoria. Aprendemos e mostramos os pontos em que a Codesp também poderia melhorar. O resultado foi um maior controle na operação da dragagem e nós conseguimos, hoje, indicar onde está o problema. Se você não tem controle de gestão, você se perde”, destacou o vice-presidente. 

Para o diretor-executivo do Sopesp, José dos Santos Martins, o novo foco da entidade vai forçar uma mudança comportamental nas empresas do setor portuário. Para ele, o lançamento do Anuário é um legado para a comunidade.

“Tudo tem seu tempo. O início do Sopesp foi muito massacrante porque tivemos, nesses 10 a 15 anos, muita briga com negociação coletiva. O foco ficou voltado para a negociação porque essa era a necessidade. Passado esse estágio, a nossa visão de negócio é diferenciada. Queremos um banco de dados, um site, uma comunicação com esse cliente para que ele possa se integrar mais nesse processo”.

 

Fonte:  A Tribuna