Petrobras cria grupo para investigar inclinação de sonda no Rio

ANP e a Marinha abrem inquérito para apurar causas do acidente

A Petrobras formou um grupo de trabalho interno para investigar as causas do adernamento da sonda de perfuração Noble Paul Wolff (SS-53), de 3,5 graus, na última sexta-feira (28). De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), o grupo terá 15 dias, a partir da última segunda-feira, para concluir os trabalhos.

O diretor do Sindipetro-NF Wilson de Oliveira Reis, que participa do grupo de trabalho, embarcou para a sonda na segunda-feira e deve retornar hoje à tarde ou nesta quinta-feira de manhã. Devido à gravidade do incidente, apesar de não ter ocorrido mortes, a entidade tem direito a um assento no grupo de trabalho.

O Sindipetro-NF confirmou informação divulgada no último sábado (01) pela Noble Corp, responsável pela sonda, de que a unidade voltou à posição normal.

“Ele [o diretor] foi ver qual a situação técnica utilizada para estabilizar a sonda, os motivos que ocasionaram o incidente e o que precisa ser feito para retomar a operação em condições seguras e aceitáveis”, afirmou Vitor, Carvalho, diretor do Sindipetro-NF.

O diretor não soube precisar quando a sonda poderá retomar a operação. “Tanto a Noble quanto a Petrobras querem retomar a operação o mais rapidamente possível. Mas ela só volta [a operar] depois que a ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis] e a Marinha determinarem a retomada da operação”, completou Carvalho.

Na nota divulgada sábado, a Noble informou que a companhia continua trabalhando com a Petrobras e as autoridades do país para solucionar completamente o ocorrido e retomar as operações em condições normais e seguras.

A ANP e a Marinha abriram inquérito administrativo para apurar as causas e as circunstâncias do acidente, que deve ser concluído em até 90 dias.

A Paul Wolff — uma sonda semissubmersível de perfuração com posicionamento dinâmico — estava sendo utilizada para a perfuração de um poço no campo de Marlim, na Bacia de Campos. Após o adernamento, todos os trabalhadores da Petrobras foram retirados da unidade. Não há informações sobre a retirada dos funcionários da Noble.

Procurada, a Petrobras preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Fonte: Valor Econômico – Rodrigo Polito
Foto: Agência Petrobras