Petrobras bate novo recorde de produção

Petrobras bate novo recorde de produção

A Petrobras atingiu em 2017, pelo quarto ano consecutivo, novos recordes de produção de petróleo no Brasil. Os 2,15 milhões de barris diários produzidos ficaram 0,4% acima da média registrada em 2016 e, pelo terceiro ano seguido, dentro da meta traçada pela companhia. Para 2018, a expectativa é que os números da petroleira sejam reforçados pela entrada em operação de sete novas plataformas, no país. A quebra de novos recordes, contudo, dependerá do ritmo dos desinvestimentos e da capacidade da empresa de cumprir com os cronogramas.

A meta de produção da estatal, para 2018 é de 2,1 milhões de barris/dia no Brasil – a empresa não detalha a segunda e terceira casas decimais. O Goldman Sachs é mais otimista e projeta um volume de 2,23 milhões de barris diários este ano, o que representaria uma alta de 3,6% frente a 2017. O crescimento, segundo o banco, deve refletir, principalmente, o início das operações das novas plataformas no pré-sal, ainda que elas sejam compensadas, em parte, pelo declínio no pós-sal da Bacia de Campos.

De acordo com o plano de negócios da Petrobras, estão previstos para este ano sete novas plataformas: Tartaruga Verde e Mestiça (Bacia de Campos), Lula Norte, Berbigão, Lula Extremo Sul, Búzios 1, Búzios 2 e Búzios 3 (Bacia de Santos). No exterior, há a previsão, ainda, de um novo projeto na Nigéria.

Se por um lado a produção tende a crescer com esses novos projetos, há que se considerar as perdas esperadas com os desinvestimentos. Os ativos em produção colocados à venda pela Petrobras representam cerca de 150 mil barris ao dia, o equivalente a 7% do total produzido pela empresa no Brasil em 2017.

A lista de desinvestimentos em curso inclui cerca de 70 campos terrestres e 30 campos em águas rasas, que somam aproximadamente 80 mil barris ao dia. Além disso, a estatal anunciou em dezembro um acordo para venda de 25% do campo de Roncador para a Statoil (fatia que representa um volume de 60 mil barris ao dia). Ontem, a companhia concluiu, ainda, a venda de 35% do campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos, que representa, com base na média da produção de 2017, cerca de 12 mil barris diários de petróleo.

Em 2017, a Petrobras atingiu recordes também na produção de gás natural (79,6 milhões de metros cúbicos diários). Assim, a produção total de óleo e gás no país alcançou 2,65 milhões de barris de óleo equivalente por dia (BOE/dia), um volume 0,9% superior ao obtido em 2016.

“O resultado da produção em 2017 mostra bem o que está acontecendo com a empresa. Ela está no caminho certo. A gestão atual está colocando a companhia nos trilhos”, afirmou Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Segundo ele, gestões anteriores da petroleira traçavam metas elevadas e não as alcançavam.

Somada à parcela produzida pela Petrobras fora do país (64 mil de barris ao dia), a produção total da Petrobras, no Brasil e exterior, totalizou 2,217 milhões de barris diários, volume praticamente estável em relação a 2016.

Os dados operacionais divulgados pela Petrobras mostram que, enquanto o pré-sal continua a quebrar recordes atrás de recordes, a produção no pós-sal da Bacia de Campos acentuou sua trajetória de declínio.

No ano passado, segundo a estatal, a média anual da produção operada (que abrange a parcela da companhia e seus parceiros) no pré-sal foi a maior da história: 1,29 milhão de barris diários, o que representa uma alta de 26% ante o ano anterior. Em 2016, os volumes produzidos no pré-sal já haviam crescido 33% e, em 2015, 56%.

Já a produção na Bacia de Campos, que concentra uma série de campos maduros no pós-sal, intensificou sua trajetória de declínio. No ano passado, a produção da Petrobras na bacia recuou 10%, a maior queda em seis anos seguidos de declínio. Ao todo, a produção da Petrobras na Bacia de Campo totalizou, em média, 1,222 milhão de barris diários em 2017, uma queda de 27% (ou 455 mil barris ao dia) ante 2011.

Fonte: Valor