Lucro da WEG avança e empresa bate recorde em receita

Lucro da WEG avança e empresa bate recorde em receita

A fabricante de motores elétricos WEG informou nesta quarta-feira (18) que obteve no segundo trimestre um lucro líquido de R$ 336,6 milhões, um aumento de 23,7% em relação aos R$ 272,1 milhões registrados no mesmo período de 2017.

A receita da companhia, na mesma base de comparação, subiu 34%, indo de R$ 2,28 bilhões para R$ 3,05 bilhões, o maior resultado de sua história. Ajustada para considerar os efeitos das aquisições da WEG Transformers USA (WTU) e o negócio de turbinas a vapor (TGM), a receita subiu 226,2% em base anual. Os ganhos com o mercado interno, que representam 43% da receita total, subiram 35,6%, para R$ 1,3 bilhão, enquanto os ganhos no mercado externo, responsáveis por 57% do faturamento total, cresceram 32,8%, para R$ 1,7 bilhão.

De acordo com a companhia, a receita foi impulsionada pela melhora da conjuntura econômica e a maior participação de novos negócios em Geração, Transmissão e Distribuição de energia (GTD) , como produtos para usinas de energia solar e a TGM. No mercado externo, o crescimento ficou concentrado em equipamentos de ciclo curto. O resultado também foi influenciado pela aquisição da WTU. A WEG informou ainda que começou a ver oportunidades em projetos que demandam equipamentos de ciclo longo, nos segmentos de oléo e gás e papel e celulose.

A parte de motores para uso doméstico teve uma pequena retração da receita, por conta da dinâmica de consumo no Brasil e de alguns impactos pontuais no exterior. O negócio de tintas e vernizes continuou se beneficiando da gradual recuperação da indústria local, seu principal mercado consumidor.

Os custos dos produtos vendidos subiu 36,1%, para R$ 2,17 bilhões, levando a margem bruta a cair 1,1 ponto percentual (p.p.), a 28,8%. Estes movimentos foram provocados pela consolidação da aquisição da WTU. As despesas gerais cresceram 27,8%, para R$ 429,2 milhões, por conta das operações no exterior e pela desvalorização do real.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) avançou 25,6% no segundo trimestre, para R$ 465,5 milhões. A margem Ebitda caiu em 1 p.p., para 15,2%, por conta da aquisição da WTU e crescimento dos novos negócios, como geração solar, ainda em maturação e com margens operacionais mais baixas.

O resultado financeiro líquido no segundo trimestre foi negativo em R$ 6,5 milhões, enquanto no mesmo período de 2017 ele foi positivo em R$ 9,9 milhões.

A geração de caixa nas atividades operacionais no primeiro semestre foi de R$ 643,5 milhões, aumento de 3,2% comparado ao mesmo período do ano anterior.

Novos negócios

A maior receita da história da WEG foi bastante influenciada pela incorporação de novos negócios, em especial a TGM, fabricante de soluções e equipamentos para acionamentos de geradores, com foco em energia renovável, além dos efeitos da incorporação da WEG Transformers USA (WTU), expandindo a importância da divisão de GTD para a companhia.

Em dezembro de 2016, a WEG anunciou a compra do controle da TGM, com sede em Sertãozinho (SP). Fundada em 1991, a TGM é líder brasileira no fornecimento de soluções e equipamentos para acionamentos de geradores, com foco em energia renovável em termelétrica e eólica. A aquisição só foi liberada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em fevereiro deste ano, com o seu desempenho passando a ser consolidado nos resultados da WEG a partir de março.

A WTU, por sua vez, respondeu pela maior parte da expansão dos ganhos internacionais. A receita totalizou R$ 1,7 bilhão, um aumento de 32,8% em reais e de 19% em dólares. Quando desconsiderados os efeitos da consolidação da WTU, os aumentos são de 22,1% e 9,3%, respectivamente.

“Esta aquisição [WTU] complementa nossa plataforma produtiva na América do Norte e oferece sinergias significativas. A combinação de operações verticalizadas de grande escala e a flexibilidade de possuir unidades produtivas em mercados como México, Colômbia, África do Sul, Índia e, naturalmente, no Brasil, nos abre inúmeras oportunidades de expansão no mercado externo”, diz trecho do relatório trimestral da WEG.

Tanto a TGM quanto a WTU ajudaram a expandir o peso da divisão GTD na receita. No segundo trimestre, ela foi a única a expandir sua participação, que cresceu em 7,1 pontos percentuais (p.p.) ante o segundo trimestre de 2017, para 32,4%. A parte de equipamentos eletroeletrônicos industriais continua dominante, respondendo por 54,5% do total, mas o seu peso diminuiu, em 2,8 p.p.

Fonte: Valor