Exportações de café por Santos caem para 85% no primeiro bimestre

Exportações de café por Santos caem para 85% no primeiro bimestre

Nos dois primeiros meses do ano, mais de 5 milhões de sacas de 60 quilos de café foram exportadas no País. Uma parcela de 85% desse volume, 4,2 milhões de sacas, foi embarcada pelo Porto de Santos. Mas apesar de grande, a participação do cais santista caiu. Isto porque no primeiro bimestre do ano passado, as exportações pelo complexo marítimo representaram 86,6% da commodity. 

Os dados fazem parte do levantamento mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A entidade revela, ainda, que, no mês passado, o Brasil exportou 2,1 milhões de sacas de café, cerca de 117 mil sacas a menos do que no em fevereiro do ano passado. A receita obtida alcançou a marca dos US$ 377,24 milhões e o preço médio de US$ 160,14. 

Já no acumulado do ano, que inclui os embarques realizados em janeiro e fevereiro, o País registrou uma queda de 3,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita obtida também teve um declínio, alcançando US$ 807,983 milhões.

“Os resultados deste mês estão dentro do previsto, com exportações mais modestas, porém preservando a grande participação do Brasil nas exportações de café do mercado mundial. Temos que levar em conta que fevereiro foi um mês mais curto, o que inevitavelmente afeta as exportações. Nossa expectativa é de que o mercado siga se comportando neste ritmo até a entrada da nova safra, em julho, quando estimamos um possível incremento nas exportações”, afirmou o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.

Além do Porto de Santos, outros 16 portos embarcaram o café brasileiro. Pelo Rio de Janeiro, foram escoadas 543.775 sacas, 10,8% do produto. Já o porto de Paranaguá (PR) escoou 91.758 sacas, 1,8% do total.

Os portos de Vitória (ES) e Salvador (BA) foram responsáveis pelos embarques de 0,8% e 0,7% do café, respectivamente. O porto capixaba exportou 39.974 sacas, enquanto o baiano embarcou 37.624 sacas. 

Segundo o Cecafé, no primeiro bimestre deste ano, 13.715 TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) foram utilizados para o transporte do café brasileiro em direção ao mercado internacional. Mas, no ano passado, 14.824 caixas metálicas transportaram a commodity. 

Destinos

Neste primeiro bimestre, a Alemanha e os Estados Unidos permaneceram ocupando, respectivamente, o primeiro e segundo lugar no ranking dos principais países consumidores do café brasileiro. O primeiro adquiriu 18,5% do produto, 933.606 sacas, e o segundo, 17,2%, 866.299 sacas.

A Itália foi o terceiro país que mais importou o café brasileiro, com 11,2% do total exportado, o equivalente a 562.363 sacas. No quarto lugar está o Japão, com a compra 8,3% do produto brasileiro, 419.670 sacas. Já a Bélgica aparece em quinto, com a compra de 6% da commodity, 303.294 sacas.

Ainda figuram na lista a França, que adquiriu 139.745 sacas, a Turquia, com 139.363, o Canadá, que comprou 134.184, a Rússia, com 117.649 sacas, e o Reino Unido, que comprou 107.333 sacas. 

As exportações para a Itália cresceram 13,7% no período em relação ao ano passado, enquanto para o Canadá o aumento foi de 26,8% sacas.

Variedades

Entre as variedades embarcadas no mês passado, o café arábica representou 89,1% do volume exportado, 2 milhões de sacas, seguido pelo solúvel com 10%, o equivalente a 236.340 sacas, e o robusta com 0,9%, 20.100 sacas.

“Nota-se nos resultados desse mês um tímido crescimento nas exportações de cafés robusta e uma recuperação dos embarques de cafés diferenciados, que atingiram 942.326 sacas nos primeiros dois meses deste ano, um crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado”, explica Carvalhaes. 

Entre os cafés diferenciados, foram exportadas 942.326 sacas no primeiro bimestre. Isto representa 18,7% no total de café exportado. Em relação ao mesmo período do ano passado, o volume teve uma alta de 25%.

Fonte: A Tribuna