Confiança da indústria recua após episódio JBS

Confiança da indústria recua após episódio JBS

As duas primeiras sondagens realizadas depois do dia 17 de maio mostram que a crise desencadeada naquele dia pela delação de Joesley Batista, dono da JBS, e que envolveu o presidente Michel Temer, pode ter tido impacto na confiança do setor privado, em especial nas expectativas.

A FGV informou que, após três altas consecutivas, seu Índice de Confiança da Indústria caiu 2,3 pontos na prévia de junho, ante maio. As expectativas recuaram mais, 3,2 pontos, que a avaliação sobre a situação atual, que piorou 1,3 ponto. Até a queda em junho, as expectativas com relação aos próximos meses vinham puxando a melhora dos indicadores. Na indústria, acumulavam alta de 9,5 pontos, enquanto o índice de situação corrente subia 5,8 pontos.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o índice de confiança da indústria da FGV ainda subiu 8 pontos, mas numa magnitude menor que as altas de dois dígitos vistas até então. O mesmo ocorre com o indicador de expectativas, que subiu 8,2 pontos ante junho de 2016, metade dos 16,5 pontos vistos em maio.

Essa queda da confiança observada pelo Ibre-FGV depois da delação de Joesley Batista não significou, no entanto, a perda dos ganhos obtidos a partir de março. Tabi Thuler Santos, coordenadora da sondagem, ressalta que, mesmo com o recuo na prévia de junho, os resultados do segundo trimestre foram melhores que nos três primeiros meses do ano.

Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) caiu 1,8 ponto em junho ante maio, mas ainda subiu 6,2 pontos ante junho do ano passado. O Icei revela que os empresários continuam confiantes (o indicador está acima de 50 pontos), mas menos que em maio.

A queda deve-se exclusivamente à piora das expectativas dos empresários, já que a avaliação referente à situação atual teve pequena variação. Com 54,9 pontos, o índice de expectativas revelou perspectivas positivas, mas o otimismo quanto ao futuro se reduziu na comparação com maio, quando o índice registrou 57,4 pontos. O índice de condições atuais, por sua vez, está em 46 pontos, indicando que o empresário ainda percebe piora do ambiente corrente de negócios. O índice mantém-se estável há quatro meses, alternando leituras de 46,3 pontos (março e maio) e 46 pontos (abril e junho).

Fonte: Valor